Por Claudia Marcelino.
Temos mais um protocolo de tratamento para o autismo disponível a pouco tempo no Brasil: o protocolo de quelação do Dr. Andrew Cutler. Este não estava disponível por falta de material, como o protocolo da MB 12, mas por falta de conhecimento mesmo, já que o Dr. Cutler não faz parte do movimento DAN! e muito menos da medicina convencional.
Ano passado, entrou no nosso grupo de discussão no yahoo, o Autismo Esperança, uma mãe brasileira a anos radicada nos EUA e que utiliza o protocolo com sucesso em seu filho, a Fani Carvalho.
Fani entrou no grupo com o objetivo de repassar aos pais brasileiros, informação e ajuda que tanto recebeu de outros pais e aqui estou eu girando a roda mais uma vez, repassando à outros.
Toxicidade por mercúrio é comumente encontrada em crianças com atrasos de desenvolvimento, TDAH, autismo, TID-SOE, aspergers, apraxia / dispraxia, transtornos de humor e outros problemas de saúde. Isso é dito ocorrer em pessoas que possuem uma pre-disposição genética a não excretarem bem toxinas (incluindo os metais) do seu corpo. Como vivemos cada vez mais cercados de toxinas (poluição ambiental, vacinas contendo mercúrio e alumínio, etc.) cada vez mais pessoas com essa pre-disposição vem apresentando problemas variados de saúde.
Vejam neste vídeo um experimento feito na Universidade de Calgary documentando o que acontece com os neurônios na presença do mercúrio: eles encolhem, perdem axônios e são incapacitados de fazer sinapses.
Isto descreve o que é visto com os neurônios de autistas, não é?
Mercúrio no cérebro só sai com quelação utilizando o ALA - ácido alfa lipóico: a única substância quelante capaz de atravessar a barreira hemato encefálica.
Os sintomas de intoxicação por mercúrio são idênticos aos sintomas vistos no autismo e para saber se o mercúrio está tendo influência no quadro do seu filho, uma das melhores maneiras, menos invasivas de verificar se há a toxicidade do mercúrio é obter um exame de cabelo feito pelo laboratório Doctor's Data e no Brasil é possível obter este exame através do laboratório Great Plains.
O exame de cabelo irá ajudá-lo a determinar se há excesso de metais em seu filho e a avaliação da presença de mercúrio é feita pelas regras de contagem do Dr. Cutler. Isto é mais complexo do que ver se no exame a taxa de mercúrio está alta ou baixa. O que determina a intoxicação é que o mercúrio provoca um desarranjo no transporte dos minerais no nosso organismo e isso frequentemente se reflete no mineralograma capilar. Foi a partir da apresentação dos minerais no mineralograma que o Dr. Cutler desenvolveu as chamadas "regras de contagem". É com elas que pode-se determinar com segurança a intoxicação. Isso é descrito em detalhe no livro "Hair Test Interpretation", do Dr. Cutler (http://www.noamalgam.com/
É importante deixar bem claro que o único exame possível de aplicar estas regras de contagem de metais, é o exame do Doctor's Data, mais nenhum!
Se não for possível fazer este exame, o histórico da pessoa já pode dar indícios da intoxicação, como: regressão de comportamento e saúde após vacinações, sintomas de stress adrenal e disfunção da tireoide. O mercúrio tem especial afinidade por estas glândulas, além do cérebro.
Quem é o Dr. Cutler e como é o seu protocolo:
Andy Cutler é um bioquímico PhD que sofreu intoxicação por mercúrio das obturações dentárias e passou a ter problemas de saúde que nenhum médico resolvia, consequentemente, descobriu como remover com segurança o mercúrio do corpo (quelando), utilizando quelantes corretamente, de acordo com a sua meia-vida farmacêutica. O protocolo Cutler, conforme detalhado em seu livro, Amalgam Ilness, Diagnosis and Treatment, envolve dar baixas doses e frequentes de quelante, o que ajuda o corpo a excretar com segurança o mercúrio e / ou outros metais.
Isso significa dosagens a cada 4 horas para o DMSA, a cada 3 horas para ALA e cada 8 horas para DMPS, por um mínimo de três dias de cada vez, o que é conhecido como uma "rodada" e mais 3 ou 4 dias de descanso. As doses são administradas durante todo o dia e noite, durante a rodada.
Quando administrado desta forma, e com uma dose baixa o suficiente, os níveis sanguíneos do agente quelante são mantidos a um nível baixo e estável, permitindo assim um movimento contínuo de metais para fora do corpo. A maioria dos pais iniciam uma rodada com os seus filhos depois da escola na sexta-feira e param a rodada na segunda-feira, pouco antes da escola. É necessário um ciclo de 72 hs de quelante ou um mínimo de 64 hs. Muitas crianças têm sido ajudadas com este protocolo, resultando em muitas melhorias comportamentais, e muitas passaram a perder o seu diagnóstico.
Pessoas com diagnóstico de TEA geralmente precisam de 100 a 300 rodadas de quelação de baixas doses e frequentes. Ou seja, o processo é lento, o tratamento leva de 2 a 6 anos, mas os resultados vão acontecendo ao longo do período, mantendo-o motivado.
Os quelantes usados no protocolo do Dr. Cutler são ALA, DMSA e DMPS as vezes.
ALA (ácido alfa-lipóico - um antioxidante)
- Remove mercúrio e arsênico do cérebro e por isso é o agente de quelação principal e o único obrigatório do protocolo.
- Não remover o chumbo
- Deve ser dado a cada 3 horas (pode se estender para quatro horas durante a noite )
- Não deve ser usado por pessoas que tiveram exposição ao mercúrio nos últimos três meses
expostas a uma lâmpada fluorescente quebrada ou têm restaurações de amálgama.)
DMSA (Meso-2 ,3-dimercaptosucinico)
- Remove chumbo e mercúrio de outros órgãos do corpo
- Não atravessa a barreira hematoencefálica.
- Deve ser dado a cada 4 horas (pode dar a cada 3 horas com ALA para facilitar)
- Conhecido por causar mais problemas com fungos do que o ALA sozinho
- Usado com ALA, acelera a excreção de metais
DMPS (ácido 2,3-Dimercapto-1-propanossulfónico)
- Remove mercúrio e arsênico , não tão bom para o chumbo
- Não atravessa a barreira hemato-encefálica
- Disponível apenas com receita médica
- Deve ser administrado a cada oito horas ( ou dar com todas as outras doses ALA)
- Usado com ALA, acelera a excreção de metais
Como determinar a dosagem de quelante:
Comece com 1/8 mg por libra de peso. A dosagem máxima é de 1/2 mg por libra de peso.
Então vamos as contas:
Se o seu filho tiver 52 kg, como o meu:
Divida 52 por 0.450 (1 libra) = 115 libras.
Agora divida 115 por 8 = 14 mg.
Esta seria a dose recomendada: 14 mg.
Mas... seguindo os conselhos da Fani que acompanha os grupos de quelação AC a anos, uma dosagem mais cautelosa, tipo metade disso, é bem melhor para começar e se adaptar aos acontecimentos. As dosagens devem ser aumentadas somente quando não se vê nenhuma reação, nem positiva nem negativa, durante pelo menos 5 rodadas. Enquanto estivermos vendo, por exemplo, ganhos, reações com fungos ou sintomas de fadiga adrenal não é recomendado aumentar a dose. O Dr. Cutler nos explica que a frequência das doses é mais importante do que a dosagem em sí, durante a retirada dos metais. Aumentar a dose demais não aumenta proporcionalmente a retirada de metais, mas pode aumentar a proliferação de fungos, irritabilidade, etc, quando for feita além da conta. Tambem recomenda-se não aumentar a dose em mais de 50% de cada vez, por exemplo, de 7 mg para 10, de 10 para 15 (de preferência menos) e assim por diante.
Você pode começar com qualquer um quelante desde que não haja exposição recente ou contínua (nos últimos 3 meses) de mercúrio (vacinas, amálgamas, dieta muito alta de peixe, etc.) A maioria dos pais optam por começar com DMSA acrescentando ALA entre as rodadas 2 e 10. No caso de exposição atual, você deve esperar 4 dias para dar DMSA e pelo menos 3 meses antes de introduzir ALA. Não use R-ALA, não é a mesma coisa!
Você pode começar com qualquer um quelante desde que não haja exposição recente ou contínua (nos últimos 3 meses) de mercúrio (vacinas, amálgamas, dieta muito alta de peixe, etc.) A maioria dos pais optam por começar com DMSA acrescentando ALA entre as rodadas 2 e 10. No caso de exposição atual, você deve esperar 4 dias para dar DMSA e pelo menos 3 meses antes de introduzir ALA. Não use R-ALA, não é a mesma coisa!
Suplementação Básica de apoio:
É necessário que as crianças tomem suplementos básicos durante todo o período de quelação dentro e fora das rodadas. Estes ajudam os seus corpos a funcionarem melhor mediante o envenenamento por mercúrio. Eles também ajudam a reduzir os efeitos colaterais da quelação, tais como fadiga.
Os seguintes suplementos, solúveis em água, são necessários 3-4 vezes por dia:
- Vitamina C: 500-1000 mg / dia, divididos em quatro doses
- Magnésio: 400 mg / dia por dia dividida em quatro doses
- zinco:. 30-50 mg / dia, divididos em quatro doses
- Magnésio: 400 mg / dia por dia dividida em quatro doses
- zinco:. 30-50 mg / dia, divididos em quatro doses
Suplementos solúveis em gordura são administrados uma vez por dia :
- Vitamina E: 400 UI / dia (d-alfa-tocoferol, não dl-alfa-tocoferol )
- Vitamina E: 400 UI / dia (d-alfa-tocoferol, não dl-alfa-tocoferol )
Muitas pessoas intoxicadas se beneficiam também da silmarina 80% (20-80 mg 3-4 vezes por dia), da selenometionina (1-2 mcg (e não mg) por quilo de peso) e de Ácidos Graxos Essenciais (15-45 ml por dia). Esses suplementos não são obrigatórios, mas são recomendados.
Inicie os suplementos um de cada vez e espere alguns dias até iniciar o próximo. Inicie cada um deles com uma dose bem menor que a dose alvo e vá aumentando aos poucos, conforme a tolerância.
Fungos e Fadiga Adrenal:
Estas duas questões estão intimamente ligadas à intoxicação por mercúrio. A primeira porque o mercúrio inabilita o sistema imunológico de funcionar adequadamente dando a oportunidade para os fungos tomarem conta. A segunda porque o mercúrio se acumula com grande facilidade além do cérebro, nas glândulas: adrenais, hipófise, timo e tireoide.
A proliferação de fungos tende a aumentar durante a quelação, como resultado de estarmos movendo metais pelo corpo e eliminando-os pela urina e fezes, atrapalhando um pouco o equilíbio da flora intestinal. A boa notícia é que entre as rodadas 50 e 100 o corpo já terá readquirido a habilidade de manter o equilíbrio da flora intestinal e os fungos sob controle.
As adrenais já estão fragilizadas pelo acúmulo de mercúrio e ficarão ainda mais com a mobilização do mesmo, antes de terem chances de recuperar suas funções.
É necessário então criar estratégias de tratamento para estas duas questões durante todo o processo de quelação utilizando suplementos de apoio: antifúngicos e ACE - Extrato de Córtex Adrenal.
Antifúngicos mais eficazes:
Óleo de orégano (OoO) - gosto herbal forte. As cápsulas de gel são extremamente pequenas e muitas vezes as crianças aprendem a engolir com elas. Muitos vão engoli-las em alimentos moles sem perceber. Alta em fenóis.
Extrato de semente de Toranja (GSE) - gosto muito amargo. O líquido deve ser diluído adequadamente ou feito em forma de comprimido. Alta em fenóis.
Extrato de alho - gosto eficaz, mas forte.
Moderadamente eficazes:
Pau d ' Arco - não tão forte como OoO ou GSE, mas não tem fenóis. Então é recomendado para os que tem alta sensibilidade a fenóis.
Berberine e Uva Ursi - ambos antimicrobianos e antifúngicos mais fracos
Suplementos que fazem levedura mais fácil de morrer:
Candex ou Candidase (enzimas) - usado com o estômago vazio, eles dissolvem a parede celular exterior da levedura. Alguns acham que é útil para usar com um dos antifúngicos acima.
Ácido caprílico - dissolve a membrana das células de levedura.
Biotina - não é um antifúngico, mas alta doses com alimentos (5 mg por refeição) pode ajudar a controlá-las.
Para adicionar aos alimentos para benefícios anti-fúngicos extras:
Óleo MCT (triglicerídeos de cadeia média)
Óleo de coco
Tratamento das glândulas supra-renais:
Birras e irritabilidade, especialmente se aumentarem durante uma rodada, muitas vezes desaparecem quando os pais começam o tratamento das supra-renais. Geralmente quando os pais começam a tratar as adrenais de sua criança, ficam altamente surpresos com os resultados no comportamento. Por essa razão, é importante ter suplementos adrenais na mão quando você começa a quelação.
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Há vários suplementos herbais e vitamínicos para dar suporte às adrenais, mas muitos pais usam o Extrato de Córtex Adrenal como a maneira mais fácil e efetiva para tratar a fadiga adrenal.
Pode ser encontrado em líquido ou cápsulas, não estando disponível no Brasil tendo que comprá-lo em sites estrangeiros.
Tem certeza de que não há um método mais fácil e / ou mais rápido?
Infelizmente, não há maneira mais fácil de quelação, que também seja segura e que possa ser feita pelos pais sem acompanhamento médico, como muitos estão fazendo mundo afora. Outros métodos, como os utilizados pelo protocolo DAN, incentivam o uso de quelantes , sem prestar atenção a sua meia-vida farmacêutica. Não prestar atenção a esta lei farmacológica, provoca picos e depressões dos níveis de quelante no sangue e redistribuição correspondente de mercúrio, o que pode provocar mais danos.
Onde e como saber mais sobre o protocolo:
- Autismo esperança: grupo de discussão de pais sobre o tratamento biomédico para autismo e onde há suporte em língua portuguesa sobre o protocolo.
- Fight Autism and Win: Livro em inglês com passo-a-passo sobre o protocolo e como os pais estão tratando seus filhos com autismo.
- No Amalgam: pelos livros do Dr. Cutler.
- AC Autism: Site com fórum em português sobre o protocolo no tratamento do autismo.
Referências: