Tenha a gentileza e a ética ao reproduzir os textos originais deste blog ou de qualquer outro, colocar claramente a fonte de onde foi retirado, no início ou na apresentação do texto com um link direto para o texto original. Poucos criam enquanto o restante todo copia.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Estratégias para pais e cuidadores de crianças com Atraso no Desenvolvimento da Linguagem



Em dezembro de 2008 a fonoaudióloga Claudia Pietrobon, de São José do Rio Preto - SP, especialista em linguagem e autismo, passou estas dicas maravilhosas em um grupo de de discussão que não lembro qual e que repassei prontamente para todos os meus contatos, além de arquivá-las.
São dicas tão preciosas que não podem ficar perdidas.

Aproveite-as bastante, imprima-as e coloque-as em local bem visível ou na área de terapia de seu filho para que nunca as esqueça.


Estratégias para o Desenvolvimento da Linguagem:

· Aguardar, observar e ouvir tudo o que a criança tem para manifestar: gestos, vocalizações e olhares;

· Não atuar de forma diretiva e controladora, dando oportunidade para a criança manifestar seus desejos, interesses e necessidades;

· Fornecer oportunidades que favoreçam a comunicação e saber aguardar uma resposta;

· Usar linguagem compatível com as possibilidades de compreensão pela criança;

· Interpretar atos não intencionais como se fossem atos comunicativos intencionais;

· Não dar automaticamente as coisas para a criança: aguardar que ela tome iniciativa para solicitar os objetos;

· Conhecer as capacidades comunicativas típicas de cada criança e saber que é esse recurso que se pode contar no momento da interação com elas;

· Solicitar pouco de suas capacidades ou exigir acima do que ela pode responder significa possível quebra de interação por falta de sintonia entre os interlocutores;

· Garantir a proximidade física e o contato face a face: esta facilita o intercambio comunicativo;

· Imitar sistematicamente o que a criança faz é uma forma eficiente de chegar ao seu nível: é como sintonizar na mesma estação em que ela opera;

· Dar nome as coisas, de modo natural. Nomear sistematicamente objetos e ações aumenta a possibilidade de compreensão, assim como conduz ao uso de palavras novas;

· As situações do dia a dia devem ser adaptadas de modo que levem a criança a usar a linguagem como um meio privilegiado de ação;

· Criar pequenos problemas cujas soluções impliquem atos comunicativos, EX: dar a mamadeira vazia na hora de tomar o leite, apresentar uma caixa sem o conteúdo que habitualmente à criança encontra dentro dela e assim por diante. Aguardar as atitudes da criança para resolver situações como esta.

O QUE DEVE SER EVITADO:

 

· Tomar sistematicamente a iniciativa da comunicação;

· Ficar testando a capacidade das crianças com ordens e perguntas;

· Ficar dirigindo a ação da criança, dizendo como deve agir ou proceder;

· Interromper o silencio que corresponde ao tempo de espera que deve dar para que a criança tome a iniciativa da comunicação;

· Ficar falando no lugar da criança;

· Falar em excesso sem dar tempo para criança responder ao tomar a iniciativa.




Cláudia Pietrobon

Fonoaudióloga - São José do Rio Preto, SP

CRFa 16325

Especialista em Linguagem 


As dicas da Claudia, juntamos as técnicas do site da AMA e temos uma abordagem completa para trabalhar todos os dias! 

Incentivos para a Comunicação
Técnicas e sugestões para uma melhor comunicação.



As crianças com autismo ficam mais propensas a se comunicar de forma bem sucedida em ambientes que são planejados para incentivar e apoiar seu empenho. Para que a criança inicie uma comunicação efetiva, devem ser preenchidas duas condições.

1. A criança tem que ter um motivo para se comunicar (POR QUE).
Isto é incentivado pelo uso de materiais/atividades motivadores e pela criação de situações nas quais ela deve comunicar-se para fazer com que algo aconteça.


2. A criança tem que ter um meio para se comunicar (COMO).
Precisa ser ensinado à criança o comportamento de comunicação necessário, e os apoios visuais pelos quais tal comunicação vai estar disponível.


Na lista abaixo há uma coletânea de sugestões para montar “instigadores” de comunicação que sejam significativos e motivadores para as crianças. Muitos incluem brincadeiras. Alguns incluem situações de solução de problemas. Todas incluem um bom “timing”, especialmente “esperar”, por parte do adulto que monta a situação e responde as tentativas de comunicação da criança.

• Envolva-se em uma programação regular de brincadeiras e DIVERTIDA, depois dê uma pausa e espere.
Para que a criança a reinicie esta prática. Se a programação das brincadeiras envolve movimentos motores, linguagem simples, e um objeto específico, então a criança tem várias opções de COMO reiniciar a programação prazerosa.

Exemplos:
Assoprar bolinhas de sabão / bexigas
Brincadeiras com travesseiro
Interações físicas tal como cócegas ou balanceios
Brincadeiras motoras / músicas
Rolar / girar um objeto

• Coloque obstáculos que aumente seu desejo pelos objetos ou atividades.

Exemplos:
As coisas que estejam fora de alcance, porém à vista Fique de pé na frente da porta de entrada / lugar almejado
Embalagens que a criança não consegue abrir independentemente
Brinquedos com mecanismos que a criança não consegue operar facilmente.

• Crie situações para solução de problemas.

Exemplos:
Deixe peças de um quebra-cabeça ou outro brinquedo/jogo motivador
Coloque peças a mais do que irão ser usadas em uma determinada atividadeDê os sapatos do papai ao invés dos dela
Ponha um cubo no prato na hora do lanche
Deixe longe um instrumento/objeto necessário na hora de comer
Derrame alguma coisa

• Esteja atento às situações que a criança não gosta.

Antes que os comportamentos negativos se tornem num problema, ensine a criança a comunicar “acabou" ou "para" ou "me dá um tempo", e então respeite tal comunicação.

Exemplo: Ofereça alimentos que ela não gosta e ensine uma forma aceitável de recusá-las.
Ensine “me dá um tempo” em meio a uma situação estressante, tal como durante um corte de cabelo, porém retome-o depois que foi dado um tempo/pausa.

• Ofereça escolhas, torne-as visuais, sempre que possível, durante todo o dia.

Exemplo: Comidas e bebidas
brinquedos/vídeos/canções
lugares para ir
roupas para usar

• Pratique a alternância (cada um tem sua vez) durante atividades motivadoras, usando uma dica visual junto com dicas verbais para indicar de quem é a vez.

Exemplos de dicas visuais: Mão levantada com a palma voltada para a pessoa que tem a vez;
Passar objeto para frente e para trás para sinalizar de quem é a vez (peças do jogo, microfone);
Cartão com o nome ou figuras para sinalizar de quem é a vez;
Um distintivo ou um chapéu para indicar de quem é a vez.

Pontos Chaves para Lembrar:

1. Estamos ensinando a criança a COMO se comunicar (um sistema) e POR QUE se comunicar (interação).

2. A comunicação multimodal (combinar gestos, figures, palavras, objetos) é BOA e ajuda a criança a aprender mais rapidamente tanto COMO quanto POR QUE? Responda a intenção comunicativa da criança sempre que possível, que seja ela use uma palavra falada, um gesto, uma figura, um objeto, etc.

3. Os suportes visuais para a comunicação com crianças com autismo são decisivamente importantes porque:

- São estáveis ao longo do tempo;

- Chamam e mantém a atenção;

- Usam uma modalidade de aprendizagem forte / consistente;

-Torna os conceitos mais concretos;

- Ajuda a isolar o conceito que a comunicação se dirige a outra pessoa;

- São técnicas boas para dar dicas.

4. Para ajudar seu aluno a te entender e também a desenvolver sua própria linguagem expressiva:

- Limite sua linguagem a palavras que ele saiba, tente usar as mesmas palavras toda vez quando na mesma situação.

- Use sentenças ou frases curtas e simples;

- Fale devagar e claramente, e ESPERE;

- Exagere seu tom de voz e expressão facial;

- Use gestos e outras modalidades visuais (figuras, objetos, palavras impressas), lado a lado com sua linguagem verbal;

- Quando a criança está estressada ou perturbada, reduza sua linguagem verbal e aumente o uso de suportes visuais;

- Imite o que a criança diz, e amplie levemente o que ela diz;

- Quando notar que a criança está envolvida em algo que lhe interessa, use linguagem simples para descrever o que ele está fazendo. Emparelhar palavras com ações torna-as mais significativas.

Autora: Susan Boswell, Tradução: Marialice de Castro Vatavuk

Epidemia de Autismo é fortemente ligada a fatores ambientais.




Ao longo de cinco anos tenho feito muitas traduções de artigos em inglês que acho interessante.
A tradução deste artigo eu fiz em agosto de 2010, acho muito interessante e tem dicas legais de como podemos minimizar o impacto das toxinas, aumentando assim a qualidade de nossas vidas, diminuindo o impacto do autismo em nossos filhos afetados pela síndrome e de quebra, colaborando para um mundo melhor e menos tóxico.


Aliado a este artigo, deixo a indicação de uma palestra que tem tudo a ver com o tema e vale muito a pena ser vista e refletida.

Palestra do professor Gabriel de Carvalho no VII Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional - 2011.







Epidemia de Autismo ligada a fatores ambientais

Tradução de Claudia Marcelino:


O autismo entre crianças dos E.U.A. alcançou a proporção epidémica.
E está piorando a cada ano.

Desde os anos 70, houve um aumento de 600 % em crianças americanas com autismo. Atualmente 1 em cada 100 crianças dos E.U.A. e 1 em cada 58 meninos está sendo diagnosticado com autismo. Isto é 2.6 por cento de todas as crianças masculinas na América. O número de crianças autistas esperadas a alcançar a idade adulta nos próximos 10 anos sob os cuidados de seus responsáveis excederá a população de Rhode Island - consome e custará uns $27 bilhões estimado no cuidado adicional além dos quase $60 bilhões que estão sendo gastos atualmente em custos relacionados ao autismo. (1.2)

Sob o espectro de uma epidemia de autismo assolando a América, a senadora Barbara Boxer (CA) reuniu audições na semana passada numa " pesquisa sobre fatores potenciais da saúde ambiental com o Autismo." (3)

O resultado?

Os peritos concordam que a explanação preliminar para o aumento acentuado no autismo é resultado de interações genéticas a exposições ambientais tóxicas. Novas pesquisas mostram que mesmo baixas doses, à exposições tóxicas e infecciosas múltiplas podem ser um fator chave ao início do autismo.

Uma especialista, Dra. Linda Birnbaum, diretora do instituto nacional da saúde ambiental, testemunhou que " A pesquisa suportada pelo NIEH mostrou claramente que não é apenas a genética que causa desordens do neuro desenvolvimento tais como o autismo, mas sim um intercâmbio entre gene e ambiente".

A Dra. Birnbaum igualmente testemunhou que o NIEH incobriu documentos que relatam que as exposições ambientais precoces participam no desenvolvimento de um espectro largo de desordens da infância, incluindo não somente o autismo mas igualmente o TDAH, e as outras desordens de aprendizagem.
Um outro especialista, Dr. Paul Anastas, administrador assistente da Agência de Proteção Ambiental Americana; disse à subcomissão que as crianças são especialmente suscetíveis aos efeitos dos produtos químicos no ambiente porque comem, bebem e respiram em maior quantidade para seu peso do que adultos. Absorvem com isso uma proporção maior de muitos produtos químicos no ambiente do que adultos, e devido aos comportamentos de levar tudo a boca, os bebês tendem a ter exposições mais elevadas aos contaminadores, tais como poluentes no ar e na poeira circunvizinhos, depositados da pintura à base de chumbo, do fumo de tabaco, dos produtos de limpeza, dos insecticidas e dos outros produtos químicos. (4.5)

Nós já sabemos que as exposições pré-natal e da 1ª infância aos produtos químicos tais como o metil mercúrio (encontrado geralmente nos peixes e algumas vacinas), o chumbo (nas pinturas), PCBs (nos plásticos tais como mamadeiras e recipientes de armazenamento de alimentos) e arsênico (no ar) podem afetar o desenvolvimento do sistema nervoso e conduzi-lo à inabilidade do desenvolvimento. (6.7.8)

Igualmente, o cérebro em desenvolvimento e o sistema nervoso em formação podem ser interrompidos e afetados por níveis muito menores de exposições ambientais do que os que afetariam adultos. (9.10.11)

Você pode ler mais sobre os níveis atuais da exposição de tóxicos ambientais no recém lançado relatório nacional do CDC sobre "exposição humana aos produtos químicos ambientais", um documento assustador.

Dr. Isaac Pessah, diretor do centro de saúde ambiental para crianças da UC Davis, testemunhou que muitos dos sistemas moleculares e celulares associados com o autismo são os mesmos afetados por produtos químicos ambientais e provocam problemas na saúde humana por causa de seu uso difundido. Falou sobre a necessidade crítica de identificar que produtos químicos no ambiente influenciam os mesmos caminhos biológicos que são afetados no autismo. O Dr. Pessah disse que limitar a exposição a estes produtos químicos é a única maneira de abrandar ou impedir o autismo em indivíduos suscetíveis.

Cada vez mais, há evidências que ligam a exposição crônica de baixo nível aos poluentes industriais a muitos dos problemas comportamentais e de aprendizagem nas crianças.

Professor Bruce Lanphear Ph.D do Instituto de investigação da família e da criança da universidade de Simon Fraser, relatou que alguns dos tóxicos ambientais mais extensamente dispersados, mesmo a níveis muito baixos são fatores de risco para as "novas doenças" da infância -- prejuízos intelectuais e comportamentais tais como o autismo. Certamente, não há frequentemente nenhum ponto inicial aparente -- em alguns casos os efeitos parecem ser maiores a mais baixos níveis de exposição. (12)

A evidência emergente mostra que uma categoria inteira de produtos químicos ambientais novos tais como Bisphenol A, (o forro interno protetor de latas e mamadeiras de bebê) PBDEs, inseticidas, fitalatos e poluentes transportados por via aérea todos estão associados com os deficits intelectuais ou os problemas comportamentais nas crianças. (13.14.15)

Antes da sessão do Senado, diversos artigos de investigação importantes foram publicados que documentaram o relacionamento entre toxinas ambientais e autismo:

• Um estudo na India correlacionou a sobrecarga acumulada no corpo de mercúrio e chumbo com a severidade do autismo -- quanto mais severo o autismo, mais elevadas as concentrações de metais pesados encontradas em seus corpos. (16)

• Uma busca exaustiva na literatura científica que acabou de terminar em agosto mostra que a ligação entre o autismo e exposições tóxicas nos infantes está suportada pela pesquisa publicada atual. (17)

Meu próprio estudo recente sobre uma grande base de dados clínicos de crianças autistas mostra que as crianças com autismo tem níveis elevados em seus corpos de diversos produtos químicos conhecidos por ser neurotóxicos. As crianças têm variações genéticas, que interferem com a desintoxicação apropriada destes produtos químicos. Com cerca de 2.000 pacientes na base de dados, meu trabalho é um dos maiores estudos que mostram que os fatores ambientais interagindo com os componentes genéticos associados, podem contribuir à causa do autismo.

O desenvolvimento do sistema nervoso humano começa no ventre e estende durante todo a infância. Durante estes períodos de desenvolvimento rápido, o cérebro é vulnerável a algumas exposições ambientais, que podem ter o potencial de interromper os sinais químicos que organizam o desenvolvimento. Mesmo as pequenas alterações podem gerar conseqüências para a estrutura e a função do cérebro. Assim, mesmo a exposição adversa sumária nestes estágios vulneráveis pode ter efeitos duráveis na função do cérebro ao longo da vida.

Meu relatório mostrou que em média a quantidade de chumbo e de mercúrio nas crianças com autismo era 50 por cento mais elevado do que o normal. Suas mudanças genéticas (SNPs) foram relacionadas ao que é chamado desintoxicação de Fase I e de fase II -- especificamente as famílias CYP e GST de genes. Este defeito reduz a habilidade das crianças de remover o excesso de toxinas de seus corpos.

Estas crianças autistas igualmente tiveram altos níveis de bactérias más do intestino e níveis reduzidos de bactérias benéficas do intestino. As bactérias más do intestino podem produzir aminas neurotóxicas e causar o "intestino permeável"; que permite as substâncias tóxicas a entrarem mais facilmente no sistema circulatório.
Nós como uma sociedade temos um apego químico tóxico ao qual precisamos retroceder agora. Nós precisamos ser consumidores melhor informados -- escolhendo alimentos livres de químicos, produtos e ambientes, afetando a mudança em nossos orçamentos.

Aqui estão algumas exposições tóxicas que devemos evitar, principalmente as mulheres grávidas. Comece agora:

1. Evite comer alimentos que podem conter altos níveis de produtos químicos tóxicos como os peixes

2. Enquanto peixes são uma boa fonte de proteína e omega-3 ou ácidos graxos, alguns contêm altos níveis do mercúrio. O atum, o bacalhau e Mahi Mahi são uns que devem ser evitados. O salmão selvagem é uma boa escolha saudável.

3. Consuma comidas e bebidas orgânicas tanto quanto possível.

4. Use recipientes de vidro em vez do plástico para armazenar alimentos e bebidas.

5. Reduza ou substitua a compra de alimentos enlatados já que o forro da lata contém altos níeses de Bisfenol A (um agente que interfere na glândula endócrina e ligado às taxas aumentadas de cancro e de comportamento anormal nas crianças).

6. Limite a exposição aos produtos químicos de limpeza domiciliar, aos insecticidas e produtos de higiene pessoais. Procure alternativas naturais.

7. Instale purificadores de ar com HEPA e filtros de carbono que filtram o ar nos quartos para segurar um descanso saudável e livre de toxinas.

A exposição aos produtos químicos tóxicos por mulheres grávidas, por fetos e por crianças tem uma probabilidade elevada de causar o autismo e outras desordens do neuro desenvolvimento e inabilidades de aprendizagem naquelas cujo o perfil genético expressa uma habilidade reduzida de desintoxicar estes produtos químicos. Isto não é ciência anedótica, é fato.

O momento para a ação é agora. Nós devemos reduzir nossa exposição aos produtos químicos tóxicos para nós, para nossas crianças e para as futuras gerações. Nós temos uma responsabilidade proteger aqueles que não podem se proteger. Nós não podemos ser indiferentes ou desinformados quando o preço da falta de consciência é inabilidade e mágoa -- uma carga emocional e financeira opressiva às famílias e à sociedade. Peça a ajuda: Diga a seu governo que nós devemos diminuir nossa exposição a estes produtos químicos. Para o futuro de todos os americanos.


Texto original:


Gostaria também de deixar outras dicas para minimizar o impacto ambiental em nossas vidas:

1º Retire toda a alimentação vazia.

Balas, pirulitos, refrigerantes, caramelos, jujubas, gelatinas, salgadinhos (amendoins confeitados, cheetos, doritos, baconzitos), pipocas...
Pra quê serve tudo isso?
Você estará fazendo um grande favor a seu filho!!

2º Higienize sua cozinha.

- Troque as panelas de alumínio por panelas de inox, vidro, ou ágata (estas devem ser mantidas sempre em perfeitas condições). Panelas de barro também são boas opções, mas não são práticas para a vida moderna.

- Utilize somente água mineral tanto para beber como para preparar os alimentos, ou água filtrada e sem flúor. O flúor é altamente neurotóxico e em contato com o alumínio das panelas forma o fluoreto de alumínio infinitamente mais neurotóxico e de ação mais rápida do que o próprio flúor.

- Substitua a pasta de dentes com flúor por outra marca sem flúor. O flúor é altamente neurotóxico e não é raro ver autistas que comem pastas de dentes, meu filho era um. A água de muitas cidades também apresentam altos índices de flúor.

- Evite o uso do microondas ao máximo. Não cozinhe em materiais plásticos.

- Não armazene alimentos em potes plásticos, especialmente se estiverem quentes. O calor desprende toxinas do plástico que se transferem para os alimentos. Existem no mercado potes em inox para armazenar os alimentos.

3º Diminua o uso de alimentos industrializados.

Diminua drasticamente o uso de alimentos industrializados ou exclua-os da dieta completamente, isto seria o ideal. Esses alimentos seriam: hambúrgueres, salsichas, embutidos, enlatados, sorvetes, nuggets, envazados do tipo: sopas de pacotinhos, caldos knorr, comidas prontas para ir ao forno, sucos de caixinhas e garrafas... Existem ótimas receitas substitutas de todas estas guloseimas e você pode congelá-las para facilitar o dia-a-dia.

4º Diminua o consumo de açúcar.

- Quando falamos no consumo de açúcar, não estamos falando apenas do açúcar branco, mas também e principalmente do consumo de carboidratos refinados: biscoitos, pães, pizzas, massas em geral, bolos, cereais matinais...

- Aumente o consumo de “comida verdadeira” e estabeleça horários definidos para 6 refeições diárias: café da manhã, colação, almoço, lanche, jantar e ceia. Assim você diminuirá a falta de bobagens e a vontade de consumir alimentos inadequados.

- Aproveite este estágio para apresentar novos alimentos ao seu filho. Pode ser difícil, mas não desista. Até mesmo as crianças neurotípicas tem muitas dificuldades em aceitar novos sabores e texturas. Há pesquisas em que crianças precisam ser apresentadas a diferentes alimentos em média de 15 vezes antes de aceitá-lo. Persistir sem se descabelar, é o lema.

5º Substitua o açúcar.

Substitua o açúcar branco por estévia pura. Em alguns casos e ocasiões, pode-se utilizar açúcar mascavo orgânico ou mel direto do produtor, sem processamento industrial. Nesses casos, não ultrapasse o limite de 4 colheres de chá por dia no total.

- Não esqueça que em casos sérios de disbiose intestinal, procedimentos mais restritos em relação ao açúcar devem ser tomados. Nestes casos, há recomendações de dietas mais apropriadas.

6º Retire todo o leite animal e seus derivados.

Substitua o leite animal por leite vegetal, tanto o leite consumido puro, como o leite utilizado na fabricação de outras receitas.
O leite utilizado em receitas é mais fácil de ser substituido.
Quando a criança bebe muito leite e é difícil de aceitar uma troca, a forma mais fácil é ir misturando o leite vegetal ao leite animal aos poucos, para ela ir se acostumando ao gosto, até que você consiga retirá-lo por inteiro.

7º Retire os alimentos com glúten.

O glúten é encontrado em alimentos feitos com trigo, aveia, cevada, malte, centeio. No Brasil é fácil identificá-los pois todos os rótulos devem ter escrito se o alimento contém ou não contém glúten. Também existem ótimas receitas com todo tipo de pratos sem glúten. As opções de alimentos comprados prontos estão crescendo. Nossos grandes aliados são as lojinhas de produtos naturais. Se não encontrar os produtos que deseja, sugira ao dono ou gerente que passe a comercializá-los, muitos irão agradecer suas dicas.
8º Diminua o impacto na sua residência:
- Tome cuidados de limpeza como se todos os moradores da casa fossem alérgicos: não acumule muitos móveis e objetos que armazenem poeira e ácaros;

- Não durma com aparelhos eletrônicos ligados na tomada;

- Mantenha-se longe do celular sempre que possível, principalmente ao dormir.

- Tenha bastante plantas em casa para purificar o ar. Além disso, elas trazem bem estar emocional.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Comportamentos Disruptivos na Infância - Dr. Sam Goldstein.



Por Claudia Marcelino.

Fui convidada a palestrar no 1º Seminário Internacional de Comportamentos Disruptivos na Infância, em Fraiburgo, SC.
Foi uma experiência bastante recompensadora. A maioria absoluta da platéia era de profissionais da educação e alguns da saúde. É maravilhoso receber cumprimentos de médicos ao final da palestra agradecendo pelo o que aprenderam com a minha fala. É um sentimento de gratidão indescritível.

Neste evento, a estrela era o Dr. Sam Goldstein, neuropsicólogo, pesquisador e diretor do jornal científico Attention Disorders.

Dr. Sam é autor de 8 livros, dois deles publicados em português no Brasil pela M. Books: Criando e Educando filhos e o Criando Filhos Seguros e Confiantes. A M.Books é mesma editora que publicou o meu livro.

Sua palestra focou na educação de crianças hiperativas, agressivas e com distúrbios de conduta, portanto, os pontos para serem focados na educação também ajudam pessoas com autismo.
Na verdade, usando uma frase do palestrante: - Se serve para o TDAH, serve para todos!
Dr. Sam abriu a palestra pedindo-nos para refletir sobre o currículo educacional das escolas atualmente que fixam fortemente no ensino acadêmico e negligenciam o papel maior do educador que é o de preparar o caráter e a personalidade da criança para o futuro.

Para isso é necessário entender quatro pontos básicos:

- Experiências, sejam elas boas ou más, moldam o cérebro e o comportamento;

- O educador e o cuidador, precisam entender o processo de pensamento da criança para abordar e solucionar o problema;

- Muitas crianças precisam apenas de mais tempo do que outro método para aprender.

- Os prejuízos no comportamento e consequentemente na vida da criança, provocados pelos sintomas, são os pontos que devem ser focados e trabalhados terapeuticamente.

Para entender os quatro ítens acima, o educador precisa fazer um histórico da criança e sua evolução até o momento em que este inicia o seu trabalho com ela, mas ele afirma que de forma alguma este histórico familiar pode ser uma desculpa para que não aconteça mudanças positivas no caso.

Pais e profissionais terapeutas tem que trabalhar em conjunto para desenvolver a resiliência.

Resiliência de acordo com a Wikipédia é: um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico e que propiciam a tomada de decisões. Essas decisões, propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.

A chave para alcançar a resiliência, é trabalhar a auto disciplina.
Auto disciplina pode e deve ser ensinada.


Atributos que devem ser ensinados para o enfrentamento de problemas:

- Ter temperamento afetivo;

- Ter Sociabilidade;

- Ter Autonomia;

- Ter boa habilidade de leitura;

- Ter alta motivação;

- Ter Auto estima;

- Desenvolver Controle da impulsividade;

- Desenvolver Controle interno (acomodações sensoriais);

- Ter Habilidade de planejamento;

- Desenvolver a Fé, no sentido de acreditar ser possível;

- Desenvolver o bom humor;

- Desenvolver a gentileza, sendo prestativo.

Fatores ambientais que auxiliam a aquisição destes atributos:

- Famílias menores;

- Competência e saúde mental materna;

- Laços afetivos com o cuidador;

- Apoio fraterno;

- Envolvimento de outros membros da família;

- Viver acima da linha de pobreza;

- Ter amigos;

- Ter apoio de professores.


Seis dicas para desenvolver uma atitude mental resiliente:

1º Ensinar empatia praticando empatia:

- Sendo amoroso mesmo nas divergências, se posicionando no lugar da criança e entendendo a sua linha de pensamento.

2º Ensinar responsabilidade encorajando contribuições:

- Focando no sucesso conseguido e no lado positivo das coisas;

- Construindo ilhas de competência, ou seja, descobrindo e asegurando-se de algo bom ou que a criança faz bem, para fortalecer sua auto estima nos momentos em que vocês precisarem;

- Incentivar o trabalho voluntário.

3º Ensinar a tomar decisões e solucionar problemas:

- O instinto humano é sempre positivo;

- A motivação é intrínseca nos bebês. As falhas e a falta de competência para o incentivo dos cuidadores é que vão bloqueando suas motivações e positividade.

4º Oferecer encorajamento e retorno positivo:

- Tornando-se um adulto carismático (Floortime e Son-rise falam isso o tempo todo: você tem que se tornar a melhor coisa no ambiente);

- Focando no que está certo e não no que está errado. Para isso devemos praticar a modelagem de aprendizagem sem erros. Minha amiga Marie Dorion fala muito bem sobre esta técnica aqui.

5º Ajudar a lidar com os erros:

- Encorajando que erros são oportunidades para aprender.


6º Desenvolver a cumplicidade:

- Prêmios e punições a longo prazo não funcionam, o que se leva pra vida inteira é a cumplicidade daquela pessoa que você poderá contar sempre e a contribuição dela na construção do seu caráter.



Atitudes de um jovem resiliente:

- Otimista e esperançoso;

- Sente-se especial e apreciado pelos outros;

- Tem expectativas realistas;

- Encara erros e dificuldades como desafios;

- Resolve problemas e toma decisões;

- Tem autocontrole;

- Acredita que pode se preparar para tudo que aumeja;

- Possui empatia.



Estratégias para o ensinamento:

- Ajustar as expectativas:  ensinando a ter metas realistas a alcançáveis;

- Todos obtém algum tipo de sucesso todos os dias;

- Preparar para as mudanças e transições: todas as técnicas educacionais como o TEAACH por ex. tem dicas para isso;

- Misturar tarefas interessantes e monótonas;

- Dividir as tarefas em poucos comandos e comandos específicos: o ABA faz muito bem isso.
Exemplo: ao invés de "tire os pés da mesa", diga "ponha os pés no chão".

- Não presuma que a crianças saiba as tarefas ou os comandos;

- Propicie mais diversão e mais interação.

Para mais informações do Dr. Goldstein sobre resiliência, sugiro que você leia esta entrevista aqui.

Apresentação do blog.

Olá amigos,

Estou criando este blog para escrever sobre as coisas que pesquiso referente ao autismo e sobre as palestras e congressos que tenho a oportunidade de presenciar.

Muitas coisas já escrevi nos últimos quatro anos e estão espalhadas em e-mails de participação nos grupos de pais. Aos poucos irei agrupando-as aqui.

Peço a gentileza e a ética ao reproduzir os textos deste blog, que coloque claramente a fonte de onde foi retirado, no início ou na apresentação do texto com um link direto para o texto original.

Espero sinceramente que os textos, assim como os  sinos de vento, de alguma forma tragam novos ares a quem os lê.

Claudia Marcelino.
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