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domingo, 23 de outubro de 2011

10 Super Dicas para a alimentação de crianças seletivas:


Muitas mães sofrem com a seletividade alimentar de seus filhos autistas.
Como estou sempre falando em dieta e reeducação alimentar dessas crianças, sempre me perguntam como poderiam colocar em prática uma intervenção alimentar se seus filhos mal comem meia dúzia de coisas e diga-se de passagem, nada saudáveis.
No meu livro tem um capítulo somente direcionado a alimentação de crianças difíceis. Talvez possa ser uma boa leitura para mães que passam por este dilema.
No capítulo tem todas as variantes de médica a comportamental, passando por sensorial que podem estar levando a criança a agir desta forma. Tem dicas excelentes também para tomar providências e redirecionar o caso. Estas crianças são as que mais precisam de ajuda e há solução.

Temos que "atacar" todos os pontos em conjunto.
O 1º de todos e crucial é a preparação mental do cuidador.

E aí talvez todo o livro ajude.
Outro destaque importante nesses casos é que há uma teoria amplamente confirmada por relatos de pais, que é a teoria do alimento viciante.
A criança só come aquilo em que está viciada.
Muitos pais relatam que assim que a criança "limpa" do vício, imediatamente ela passa a ter um repertório alimentar maior.

A seletividade alimentar não é problema só de autistas, a grande maioria das crianças atualmente tem comido muito mal!

Primeira coisa: seu filho come mal?
Faça uma avaliação nutricional!!!!


Parasitas tiram o apetite, ausência de vitaminas e nutrientes tiram o apetite, falta de minerais altera o paladar e causa repulsa... e várias outras coisinhas em jogo como disfunção sensorial onde cheiros desagradam e incomodam, texturas são preferidas, cores influenciam...
Depois de colocar tudo em ordem medicamente ou então paralelamente às providências médicas, aí sim a educação entra em cena!

O 1º grupo de pais que me convidou para uma palestra em sua cidade, foi o GETID de Recife.
Lá eu fiquei na casa de uma das mães e a alimentação do filhote era: arroz branco, purê de batata e bolinho de bacalhau todos os dias no almoço e jantar, bolacha salgada de uma única marca, danoninho e vitamina de 2 únicas frutas com leite de soja.

Quatro meses após o nosso contato e a vontade de pôr em prática tudo o que foi aprendido na palestra e workshop, recebi o seguinte email da mãe:

Era uma vez uma criança seletiva:

Amiga,
Comecei a me interessar pelo tema ano passado foi quando houve o congresso em SP, neste momento que vi e ouvi você atentamente pensei: O que estou fazendo?. E depois daquele congresso o que tinha dúvida passei a ter certeza. Te abordei e penguntei qual a possibilidade de vir a Recife, você não imagina minha emoção quando disse: - Toda é só marcar.

Naquela proposta para vir à Recife...não imaginava como seria maravilhoso.
Sempre gostei de cozinhar, mas apenas comidas nordestinas e massas.
R, só comia bolinho de bacalhau, purê e arroz, vitamina, chambinho e bolacha cream craker.
Atualmente nosso R continua tomando a vitamina com alguma fruta, mas come arroz integral, bolinho de bacalhau sem gluten, purê sem caseína (feito com leite de castanha), biscoito de soja banhado no chocolate, feijão mulatinho enrriquecido, cozido com todas as verduras, chambinho do R  feito com leite de castanha, peixe pescada amarela, carne moida, Pão de linhaça sgsc.

Na vitamina acrescentei amaranto, linhaça e gergelim. E passou a comer chocolate em barra. E começou a beliscar bolo...estou torcendo que seja mais um item conquistado. 
Aqui mudamos nosso hábitos, para caso ele queira beliscar, já irá conhecer o sabor SGSC.
Todas estas mudanças na alimentação aconteceram de maio de 2011 até hoje...acredito que iremos ampliar ainda mais.
Além dos benefícios para R, as mães viram a diferença e começaram a me encomendar bolo, coxinha, bolinho de bacalhau e brigadeiro ajudando na renda familiar da casa. Estou fazendo treinamento nas casas de como comer gostoso sem glúten e sem caseína. Treino as babás e as empregadas. Tem um caso que a criança adorava bife empanado, como não tem intolerância a ovo, até agora só a caseína e ao glúten, fiz um bife empanado com farinha de rosca sem glutén e sem caseína, virou um sucesso. Quando chego semanalmente na casa dele, ele diz: - "oba tia bolo" :)

Em tão pouco tempo, ou seja, 04 meses minha família passou a comer melhor e essa mudança trouxe benefícios alimentares e financeiros para nós.
Pude até ampliar as terapias do R, como faço quase tudo em casa, economizo bastante. Até mais do que quando não fazia a dieta.
Tenho muito a te agradecer minha querida amiga, pois fostes uma luz na vida do meu R...como dizia minha avó: se adoça a boca do meu menino a minha adoça também.
Te amo muito, obrigada é pouco.
Bjs







Este texto é mais uma tradução, feita por mim, do site da Revista Autism File:


Tem alguém seletivo para o seu jantar? Você ou alguém que você ama é um comedor seletivo? Você não tem certeza se sua família está recebendo a melhor nutrição disponível? Coragem! Você pode fazer refeições deliciosas e nutritivas que todos irão gostar! Leve a alegria da comida verdadeira de volta à mesa.

1. Esteja preparado, organizado e habilitado.

Mudança de hábitos alimentares leva tempo e paciência. Você precisa estar preparado e ter um plano que é realista e prático para sua família. Seja muito clara sobre seus próprios objetivos e direção, e comemore cada passo bem sucedido que você tomar.

Organize sua cozinha e torne-a um lugar feliz.
Livre-se de alimentos não saudáveis ​​que já não se encaixam em seu novo plano de saúde.
Organize seu espaço no balcão para fazer a preparação de alimentos mais fácil.
Deixe a mão aqueles itens que você usa regularmente e os que você raramente usa, guardados.
Como comer bem é um dos passos mais importantes para ser saudável, ler livros sobre nutrição pode motivá-lo a se manter firme em seus objetivos.

2. Envolva todos os interessados e faça um plano em conjunto.
  
Se o seu comedor seletivo é uma criança, o plano de ação que você criar irá depender de sua idade e capacidade cognitiva. No entanto, mesmo as crianças pequenas e / ou crianças com deficiência significativa podem sentir o seu entusiasmo para fazer mudanças saudáveis.
Para crianças muito pequenas, você pode querer criar um livro de fotografia com imagens do alimento, saudável e delicioso que você quer que eles comam.
 Além disso, marque os alimentos que serão eliminados com uma linha vermelha "Não".
Apresente as suas alterações de forma positiva!
Comunique à sua família os benefícios de mudar seus hábitos alimentares.
Ajude as crianças a entender que seus ossos serão fortes, suas mentes alertas, e suas células fortes e poderosas por causa dessas mudanças!
Incentive adultos seletivos a fazer mudanças por si mesmos, sem compulsão ou ultimatos.
Não compre ou cozinhe alimentos não saudáveis, em vez disso, faça receitas práticas e deliciosas para comer saudavelmente e despretenciosamente.

3. Faça o planejamento da refeição, preparação e cozimento uma atividade familiar.

Envolver todos incentiva o sucesso. Crianças que ajudam a planejar as refeições semanais são mais propensas a comê-las.
Você pode elaborar as receitas favoritas da  família com um pouco de ajuste para fazer versões mais saudáveis. Por exemplo, macarrão com queijo pode sofrer uma dramática mudança nutricional sem glúten e caseína usando massas sem glúten com ghee, almôndegas orgânicas, e brócolis frescos picados.
Faça das compras de supermercado um passeio em família, e permita que os seus filhos escolham um novo vegetal a gosto. Incentive-os a tentar algo que é novo para toda a família!
Se você não sabe muito sobre como cozinhar ou servir a nova comida saudável, faça uma pesquisa online por receitas saborosas com o ingrediente escolhido.
Compartilhe suas descobertas em torno da mesa.
Lembre aos tutores ou membros mais velhos de sua família que se eles não ficarem entusiasmados com o que está no menu, os pequenos também não ficarão.
Expresse sua admiração por sua vontade de experimentar coisas novas e por serem tão aventureiros. Fale sobre todos os benefícios que estão recebendo por comer tão bem.

4. Elimine os beliscos e lanchinhos constantes.

Tudo tem um gosto melhor quando você está com fome. Novos alimentos parecem mais apetitosos e os cheiros provenientes da cozinha são mais atraentes, quando seu corpo está pronto para alimentos. No entanto, muitos de nós nunca obtém a plena satisfação de comer uma refeição quando estamos com fome por causa dos beliscos constantes.
Lanchinhos saudáveis no meio da manhã e da tarde são importantes para crianças em crescimento, e todos devem beber água pura durante o dia.
Mordiscar besteirinhas o dia todo é um passo para a alimentação seletiva na hora das refeições. O melhor momento de tentar algo novo é quando você está realmente com fome.



5. Trabalhar em dessensibilização de texturas.

Textura dos alimentos pode ser um desafio para um comedor seletivo. Como resultado, as crianças (de todas as idades) podem ter problemas com carne e legumes.
Esconder legumes em alimentos fáceis de agradar é uma etapa maravilhosa em primeiro lugar. 

Muffins podem esconder purê de abóbora e batatas podem encobrir couve-flor em um purê. Gradualmente faça a passagem de alimentos escondidos em purê para a sensação maravilhosa de vegetais inteiros e alimentos ricos em outras texturas.
O meu blog: Cozinha Sem Glúten e Sem Leite, tem receitas maravilhosas com ingredientes escondidos onde a criança nem imagina o que está comendo: muffins de abóbora, pão de abobrinha, sorvete de flocos, de morango ou chocolate, feitos com inhame e abacate são só algumas das opções.

6. Brincar com a comida é divertido!


Crianças assim como a cozinha, devem ser fáceis de limpar. Use roupas práticas que permitam que seus filhos experimentem com alimentos de diferentes maneiras.
Cortar os alimentos em diferentes formas ou blocos pode ajudar a familiarizar os comedores seletivos com as texturas e cores de novos alimentos.
Palitos de cenoura e brócolis podem "brincar" uns com os outros e se tornarem amigos rapidamente das batatas fritas.
Ketchup orgânico, desprovido da alta frutose do xarope de milho, atrai muitos como um "mergulho" útil para a primeira mordida. Além disso, a ghee orgânica derretida e molhos de diferentes tipos podem ser atraentes colegas para ajudar a tornar as carnes desconhecidas, legumes efrutas mais atraentes. Tirar o medo de provar novos alimentos é um passo importante para ajudar os comedores seletivos a expandir seus horizontes alimentares.

7. Pratique "Primeiro Este ... Depois aquele!"
Como comedores seletivos se importam mais com a textura do que com o sabor, dê bastante valor ao fato de provar novas comidas, mesmo que sejam poucas mordidas e pequenas.
Para as crianças, o tamanho deve ser consistente com o tamanho de suas unhas.
Torne o experimentar um passo possível usado ao lado de um motivador. Por exemplo, "primeiro, a fruta, depois o biscoito." Ou, "primeiro o hambúrguer (caseiro), em seguida a batata frita."
Compreenda que o  seu foco principal e objetivo não é uma nutrição completa, mas sim uma cooperação consistente.
Construa uma relação de confiança e confidência mantendo a sua palavra que era somente a de experimentar, não fique empurrando mais comida ou pedindo para experimentar mais!


8.
Passe para o clube dos  "Somente três mordidas".

Uma vez que o comedor seletivo esteja confortável com o seu alimento alvo, então passe para a regra do "Somente três mordidas”. Todos os alimentos servidos à mesa deve incluir um mínimo de três mordidas. Desta forma, o paladar se habitua a uma variedade de alimentos saudáveis.
Manter-se alegre e consistente é a chave para o sucesso. Mesmo o comedor seletivo, quando positivamente motivado, pode gerir três pequenas mordidas! Com o tempo, você perceberá que muitos dos alimentos que foram considerados "graves" estão sendo comidos sem qualquer problema e até mesmo tornando-se um favorito.

9. Pratique a pirâmide nutricional para uma nutrição completa.

Ao planejar suas refeições, use o método da pirâmide. Incluia em cada refeição uma porção de proteína, uma de vegetais e uma de grãos ou amido. Lembre-se de não contar batata ou milho como um vegetal, pois eles se encaixam mais com grãos e amidos.
Seja confiante em aumentar gradativamente a quantidade de proteínas e vegetais, limitando a porção de carboidratos simples a um terço da refeição completa.
Não pule as refeições - café da manhã especialmente, pois é uma refeição importante para a base diária de nutrientes. A quantidade de proteínas necessárias numa refeição pode ser facilmente alcançada, mesmo na correria, com um pequeno punhado de nozes, iogurte orgânico, ou um batido de proteína delicioso.

10. Faça do jantar um momento feliz em família.

As refeições em família são muitas vezes comprometidas quando as programações pessoais ficam excessivamente ocupadas. Alimentos tornam-se então apenas uma necessidade para matar a fome, ao invés de proporcionar um momento de carinho e de celebração. Ao criar novos hábitos mais saudáveis
​​na mesa de jantar, devemos proporcionar a certeza de todos sentarem-se e comer juntos.
Conversa positiva compartilhada em um ambiente descontraído suaviza o stress de novas experiências para o comedor seletivo especialmente, mas também para todos os outros. Mantenha-se fiel a seus objetivos de forma amorosa. Compromisso desestimula o fracasso. Seja um bom exemplo experimentando novos alimentos por si mesmo e desfrutando da aventura de comer, feliz e saudável!


Neste link você encontrará outra excelente matéria que ajudará na educação alimentar de seu filho:

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Como Ajudar Crianças com Autismo a Falar?

Tradução de Claudia Marcelino de um artigo do site da Revista Autism File.


Esta pode ser uma das perguntas mais assustadoras para pais de crianças com autismo tentar responder. Como sabemos, cada criança autista apresenta-se com sua mistura particular de habilidades e desafios. Portanto, não há uma única solução para todos quando se trata de ajudar as crianças afetadas pelo autismo na aprendizagem de línguas. É por isso que na tentativa de responder a esta pergunta, eu não estou confiando unicamente na minha fala e formação linguística, mas também em outras abordagens que acredito serem benéficas e adequadas para uso com indivíduos autistas. Todas elas foram pessoalmente empregadas durante os últimos 12 anos na minha viagem de descoberta e investigação neste campo para o desenvolvimento do meu próprio filho autista.




Eu comecei esta viagem como mãe de uma criança autista não-verbal, que conhece o “sumiço de amigos” após o diagnóstico. Tendo o meu próprio trabalho e sendo uma profissional reconhecidamente bem sucedida da área, eu já implementava a intervenção dietética durante vários anos e também a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) antes de iniciar a Fonoaudiologia. Trabalhar com profissionais que utilizam novas abordagens comportamentais e neurológicas ajudou a desenvolver o meu entendimento de como um indivíduo autista pode aprender e progredir.

Considerações para a Criança Não-Verbal


Quando se perguntar: "Como posso ajudar a minha criança autista aprender a falar?" Considere as coisas do ponto de vista da criança: "Por que eu iria querer aprender a falar?"

Se você der um passo para trás e observar o seu filho de forma imparcial, você verá uma pessoa ativa empregando uma variedade de estratégias para evitar a interação com os outros, enquanto, ao mesmo tempo controlar o ambiente para satisfazer suas necessidades. Isto acontece muitas vezes através do uso de métodos simples, mas eficazes, tais como atirar-se ao chão  e gritar em voz alta até que o item desejado apareça.

Alguns diriam que esse comportamento ocorre porque:

- O indivíduo tem autismo

- O indivíduo não pode falar

- O indivíduo sente dores

- Os sentidos sensoriais do indivíduo estão sobrecarregados

- O indivíduo não gosta de mudanças

- O desenvolvimento neurológico não é avançado o suficiente para o indivíduo agir de outra maneira

- Este é um comportamento aprendido e empregado para obter o resultado desejado

A verdade é que não sabemos. Poderia ser todos, alguns ou nenhum dos ítens acima, mas é importante considerar todos os ítens acima, enquanto tenha em mente que mudar ainda é possível.

Inicialmente, eu recomendo que os pais considerem uma abordagem comportamental para desenvolver a interação com os seus filhos para ajudar na tomada de sentido do mundo ao seu redor. Como as pessoas com autismo muitas vezes tem interesses limitados, o enfoque deve ser baseado nas necessidades e desejos do indivíduo.

Sabemos que interagir com os outros pode ser um enorme problema para o indivíduo autista, e, portanto, deve haver um envolvimento gratificante para haver um retorno. Além disso, sabemos que quanto mais repetirmos as tentativas, mais fácil o processo se torna. Assim, embora o início do processo possa ser um tremendo esforço, quanto mais freqüente a ação ocorre, mais prazeroso e menos penoso será.

Por isso, considere o que realmente motiva o seu filho. Algumas possibilidades incluem:

- Um brinquedo específico que é particularmente desejado

- Bolhas de sabão

- Elogios / abraço forte

- Controle remoto de televisão

- Vídeo específico ou DVD

- Alimentos

- Bebidas

- Jogos musicais (por exemplo, "Serra, serra, serrador")

Precisamos assumir o controle de qualquer dispositivo motivador selecionado de modo que o indivíduo terá que interagir conosco para obtê-lo! Obviamente, esta será inicialmente uma situação bastante estressante para todos, pois estamos mudando as regras de como as coisas normalmente funcionam. A comunicação precisa ser muito específica sobre esse processo de modo que o indivíduo vai entender o mais rápido possível o que está sendo solicitado dele, e o que precisa ser feito para obter o item desejado ou ação.

Sons atuais


Se a criança é não-verbal, isto significa que nenhum som é produzido certo? Ou há vocalizações que poderiam ser tentativas de discurso? Tome nota de todos os sons produzidos. Existem sons emitidos? E em caso afirmativo, quais?

Os sons são produzidos por articuladores diferentes e podem ser sonoros ou não. Durante sons sonoros, as cordas vocais vibram durante a emissão do som. Se um som dos pares listados abaixo pode ser produzido, é possível que o outro correspondente ao par  possa vir a ser produzido também. É importante observar se existem pares de sons que seu filho não usa para poderem ser ensinados.


p b

t d

k g

f v

s z

sh zh

ch j



Suporte Visual

Muitas crianças com dificuldades de aprendizagem são aprendizes visuais e este é frequentemente o caso com crianças autistas. Dificuldades com o sistema de processamento auditivo pode fazer a atribuição de significado aos sons um negócio complicado. É por isso que uma aproximação visual para a aprendizagem pode ser muito eficaz para crianças com autismo.



Pode ser muito benéfico usar mecanismos de suporte visual para o seu filho com qualquer novo processo. Escrita e imagens são suportes úteis para qualquer criança aprendendo a falar e não deve ser visto como uma barreira para o desenvolvimento da fala.

Você é quem melhor conhece seu filho e qual a abordagem que deseja adotar precisa ser baseada em preferências individuais, habilidades e capacidades motoras.

Eu pessoalmente prefiro usar imagem personalizadas, pois estas permitem a precisão em assegurar que as imagens utilizadas correspondem as dos itens reais para os quais a criança está sendo solicitada. Não haverá motivação se uma imagem de um carro vermelho está a ser utilizado quando a criança realmente quer o seu velho conhecido carro amarelo.

Estas imagens são fáceis de fazer usando uma câmera digital. Certifique-se de lembrar-se de encapar a sua imagem com contact transparente antes de usar, para estender sua vida útil. Você precisa ser muito específico em criar as imagens. Por exemplo, se o pedido verbal é para "crisps", sua imagem só precisa incluir esse item, já que itens adicionais poderiam confundir a mensagem. Sempre que possível, certifique-se que as imagens sejam feitas em ambientes naturais. Por exemplo, se o carro é normalmente no chão, a imagem deve ser do carro no chão para aumentar a clareza do pedido.

A Abordagem Comportamental

Se você identificou que um pacote de batatas fritas (item alimentação) será o melhor motivador para o seu filho, então você precisa montar o cenário esvaziando o armário de onde, normalmente, ele faria tudo sozinho. Um pacote vazio ou imagem deve ser colocado lá para que a criança traga até você para lhe mostrar o que ele quer. A única coisa que você deve dizer quando ele traz o pacote (foto) é sobre o nome do item. Neste caso, o processo seria:

- Você diz a palavra "crisps"

- Deixar uma pausa

- Repita a palavra "crisps"

- Deixar uma pausa

- Qualquer vocalização (exceto gritos) deve ser recompensada com o item desejado.

Fonologicamente, "crisps" é uma palavra mais difícil, pois é composto por dois conjuntos de combinações de discurso: c / ri / sp / s ou c / ri / sps dependendo de como se escolhe para pronunciar a palavra. Eu estou usando isso como um exemplo, porque na minha experiência a maioria das famílias tendem a ter um armário como esse, com fácil acesso a itens como batatas fritas.

Idealmente, seria melhor manter-se com esta abordagem até receber uma vocalização. No entanto, você pode decidir que vai fazer isso por um determinado período de tempo inicialmente e construir a quantidade de tempo que espera por uma resposta. Você provavelmente vai ser recompensado com um grito ou ataque inicial, isso é típico do processo. Precisamos trabalhar com isso e mostrar à criança que ao gritar, esperniar, atacar, ou até mesmo te ignorar, ela não será recompensada com o item desejado, enquanto que com uma vocalização sim. O elemento mais importante dessa abordagem é a consistência. A firmeza e concistência deve estar em tudo que você faz para que um padrão começe a emergir para guiar o seu filho e ajudá-lo a entender como obter o item desejado rapidamente com uma simples vocalização.

Considerações neurológicas

Em crianças com autismo, a fiação, a ligação/comunicação do sistema neurológico tende a ser atípica, muitas vezes resultando em dificuldades para acessar ou desenvolver as habilidades de fala e linguagem.1, 2,3,4 As crianças podem apresentar respostas involuntárias e reflexos que normalmente teriam sido liquidados ou inibidos durante os três primeiros anos de vida durante o desenvolvimento de uma criança típica.5

Vocabulário e compreensão são habilidades de alto nível neurológico. A eficiência dessas habilidades depende da maturação bem sucedida dos centros cerebrais inferiores.6 Se o desenvolvimento foi comprometido nos níveis mais baixos, ele está bloqueando o acesso às ferramentas mais acima. Desenvolvimento neurológico em crianças pequenas é dependente da integração de respostas reflexas involuntárias, chamado de reflexos primitivos e posturais. A Integração dessas respostas permite o acesso mais eficiente à fala e outras habilidades cognitivas que estão associadas com os centros de córtex cerebrais.7

Eu descobri que a intervenção de um Terapeuta Ocupacional Especialista usando uma abordagem cinestésica pode ser extremamente benéfica para crianças com autismo. Os programas que envolvem 15 minutos de exercícios cinestésicos personalizados em uma base diária produziram mudanças dramáticas, mesmo em crianças mais velhas. As áreas de progresso foram:

- Melhora das habilidades motoras

- A capacidade de recordar e relatar memórias de anos anteriores

- Aumento do nível de habilidades para resolver problemas

- Maior consciência dos outros e suas necessidades

- Aumento da capacidade de acesso a funções superiores da linguagem.


Dirigindo ecolalia

Ecolalia é a repetição de vocalizações feitas por outra pessoa. Quando uma criança repete o que foi dito em vez de oferecer uma resposta, a resposta apropriada pode ser solicitado para a criança como se segue:

- Você diz: "Você quer batatas fritas?"

- A criança repete: "Você quer batatas fritas?"

- Você modela: "Sim, eu quero batata frita"

Se você puder mais uma vez apoiar esta ação com material visual, ela vai ajudar a criança autista a dar significado às palavras. Forneça uma escolha de itens utilizando apoio visual em que um pode ser selecionado, preferencialmente, em detrimento de outro. Isto irá ajudar a criança a aprender que "Você quer chips?" Realmente significa algo mais do que apenas um conjunto de sons agradáveis.

Para ilustrar esta prática usando o exemplo de "Você quer batatas fritas?" Você pode mostrar uma imagem de fichas e, em seguida perguntar: "Você quer um sorvete?" Enquanto mostra uma imagem de sorvete. Em seguida, reduza o uso de palavras a somente chips e sorvete mostrando as imagens:

"Chips" / "sorvete"

Você precisa estar ciente de que chips e sorvete são itens de alimentos e, portanto, isso torna a escolha um pouco mais difícil. Você pode reduzir o nível de dificuldade, oferecendo algo completamente diferente, tal como livro e batata frita desde que você use algo que não seja mais motivador do que o alvo!


Expansão da linguagem

A expansão da linguagem deve ser abordada com um esforço para incluir sistematicamente as coisas que você sabe que estão motivando para a criança. Se, por exemplo, ela é particularmente motivada pelo Thomas o trem, use-o. Você pode usá-lo para as preposições como em "Coloque o Thomas na cadeira", ou "Coloque o Thomas embaixo da cadeira." A dificuldade da tarefa é reduzida, pois a criança já sabe quem é Thomas. Você pode torná-la mais desafiadora, adicionando um outro trem, como em "Coloque o Thomas na cadeira e o Henry sob a cadeira." Você também pode incorporar o conceito de cores, referindo-se aos trens como o trem vermelho, azul ou verde.

Use brinquedos favoritos para ilustrar os verbos da seguinte maneira: "Buzz está dormindo", ou "Buzz está comendo", etc

Sempre usar o suporte visual, construções de linguagem reduzida e informações repetidas, lembrando-se de permitir que seu filho tenha o tempo necessário para o processamento do comando.

Formatos de questões que podem ser útil neste processo são ilustrados abaixo:

1. Buzz foi ao parque.

2. Quem foi ao parque?

3. Buzz foi ao parque.



1. Hoje é segunda-feira.

2. Que dia é hoje?

3. É segunda-feira.

Seguir estas dicas no desenvolvimento da fala pode render um progresso significativo para o seu filho. Lembre-se: seguir essas estratégias simples irá manter as coisas se movendo na direção certa => Faça visualmente, mantenha simples e torne divertido!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Alergia Cerebral e Autismo


Por Claudia Marcelino.

O primeiro médico que falou sobre alergia alimentar e sensibilidade química como causa de doenças crônicas ou reações adaptativas metabólicas causadas por interação maladaptativa a produtos ambientais, é da década de 30.

Em 2007 eu incluí uma forma de tratar o autismo de meu filho junto as terapias: uma intervenção nutricional com exclusão de glúten, caseína e alguns aditivos químicos.
Comecei este tratamento alimentar por influência dos pais de grupos de apoio na internet.
Nesta época e até pouco tempo, nada sabia sobre alergia com manifestação no sistema nervoso central.

Em quatro anos compreendi muitos dos comportamentos de meu filho, ele teve uma melhora significativa no seu quadro de autismo com a exclusão destes alimentos altamente alergênicos e pró-inflamatórios e por tudo isso escrevi um livro: Autismo Esperança pela Nutrição.

Mesmo assim, em alguns momentos ele tinha alterações de comportamento sem nenhuma explicação plausível, mas como no geral seu quadro tinha melhorado, não dava importância a estes momentos.
Lembro que na noite de lançamento do meu livro, uma amiga que foi me prestigiar, comentou que seu menino mesmo em dieta, algumas vezes apresentava alterações comportamentais como antes e sem ter nenhum furo ou consumo de glúten ou leite.
Falei que conosco isto também acontecia e que já tinha desistido de entender: o importante pra mim era que o quadro geral tinha melhorado.

Um mês depois meu filho fez uma convulsão. Isto me mostrou que ainda havia riscos e não era momento para relaxar. O que estava acontecendo?
Minha cabeça deu um nó! E mais horas e horas de pesquisa vieram para que eu entendesse o que ainda estava faltando.
Foi então que eu descobri a alergia cerebral e a avalanche de sintomas que esta condição provoca.
Fiquei estarrecida com o quanto os sintomas podem ser facilmente confundidos com os sintomas de autismo ou o agravamento do seu quadro.

Nesta época, tudo o que achei sobre o tema foi em inglês, de postagem à livros.
Retomando as pesquisas na internet para escrever esta postagem, fiquei feliz de ver que um ano e meio depois já encontramos coisa em português em pelo menos um site :)

A alergia ou intolerância pode se manifestar em qualquer sistema metabólico.
A alergia cerebral é a que se manifesta no sistema nervoso central. Ocorre de forma adaptativa, o corpo vai se moldando ao agressor incorporando reações crônicas e progressivas, ou seja, a alergia cerebral provoca alterações no comportamento, nas emoções e na personalidade do indivíduo.
Ela varia em estágios do leve ao severo e estes estágios podem evoluir rapidamente ou demorar anos e décadas, dependendo exclusivamente da interação do paciente com o ambiente.

Estas reações gradativas podem ser hipo ou hiper.

Como no autismo o que vemos mais comumente são as reações hiper, são estas as que colocarei aqui:

 1º Estágio: Tenso, rígido, falador, argumentativo,  sensibilidade extrema,  flushing (manchas ou marcas vermelhas pelo corpo, mais comum no rosto e tórax) acompanhado de suor excessivo, suor frio, insônia.

2º Estágio Agressivo, ansioso, medroso,  apreensivo, alteração brusca de temperatura corporal,  fome e sede excessiva,  alterações bruscas de humor, risadas histéricas.

3º Estágio: Perturbado, agitado, acelerado,  irritado. Pensamentos e comportamentos obsessivos,  espasmos musculares, convulsões e pode ocorrer alteração da consciência.

Um fato muito interessante é que geralmente os pacientes que recebem diagnóstico de alergia do SNC normalmente eram crianças com reações alérgicas comuns e conhecidas na 1ª infância. Parece haver uma migração de sintomas de um sistema metabólico para outro. A sua alergia não curou, houve apenas uma mudança de sintomas.

Dr. William Philpott, psiquiatra que tratava seus pacientes do ponto de vista alérgico e nutricional em sua clínica, escreveu em seu livro: Brain Allergies que há um viés comum para todos os transtornos orgânicos cerebrais: leia-se doenças neurológicas e psiquiatricas => a contaminação numa fase crítica do desenvolvimento cerebral (gestação e 1ª infância) por vírus da família do herpes:

- Citomegaluvírus, epstein-barr e herpes tipo 6.

Coincidência ou não, meu filho tem histórico de alergia respiratória (bronquite asmática)até os 3 anos de idade e é portador do citomegalovírus, além de ter alta quantidade de anticorpos para rubéola até hoje já na fase adulta, o que não é normal.

Através das pesquisas, leituras e avaliação criteriosa do efeito dos alimentos no meu filho, concluí que ele tem autismo e como comorbidade: alergia alimentar grave com manifestação no SNC.
O autismo dele é uma coisa, a alergia alimentar é outra, muito mais difícil do que seu autismo em si.
E o que ocorre com ele pode estar ocorrendo com milhares!
Os sintomas de alergia cerebral são facilmente camuflados ou confundidos com os sintomas de autismo.

Através de anotações, consegui chegar a uma tabela de alimentos alergênicos para ele e ao nível de comprometimento que estes alimentos provocam:

Os alergênicos: alho, chia, aveia, quinua, corantes de todos os tipos, inclusive o amarelo natural de curcúma, açafrão e frutas amarelas como manga e mamão => em grau 5.
Tremor nas mãos, batimento cardícaco acelerado, flushings no rosto, dilatação da pupila, constante estado de alerta, agitação motora (movimentação constante, flappings e steemings) e vocal com ecolalia repetitiva, desconcentração e enurese noturna que dura 1 dia a 3 dias.
Os alergênicos: mandioca, glúten, leite, ovo e fermento biológico => em grau 7:

Tremor nas mãos, batimento cardícaco acelerado, flushings no rosto, dilatação da pupila, constante estado de alerta, agitação motora (movimentação constante, flappings e steemings) e vocal com ecolalia repetitiva, desconcentração, enurese noturna e diurna que dura 5 dia a 7 dias. Tudo em maior intensidade.

Fenóis: Uvas, beries (mirtilos, morangos, framboesas, açaí), tomates, chocolate, cítricos, chás e ervas => Grau 10:

Tudo junto em potência maior e mais: enurese noturna e diurna, auto-agressão, alteração bipolar (hora chorando, hora risadas histéricas) com duração de 7 a 10 dias. 


Para exemplificar estas reações e os níveis de comprometimento que elas provocam, filmei meu filho num momento de alteração comportamental de nível 5 (o mais brando) provocado pelo consumo de alho, alimento que ele não pode consumir.



É um comportamento atípico, normalmente ele é calmo, tranquilo, focado, perfeccionista, não apresenta ecolalia intensa e os movimentos repetitivos.
É interessante também salientar que o comportamento que parece normal no autismo, na verdade é resultado de reação alérgica no SNC.
Afastando o agressor, é possível proporcionar uma qualidade de vida maior ao paciente pelo maior aproveitamento das terapias e atividades de vida diária e social.

Para complementar o meu texto, deixo aqui o link do site que comentei em português sobre o tema:


Vale a pena ler os links que o autor da tradução também indica.


Abraços fraternos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Acomodações Sensoriais para o ambiente domiciliar.

Por Claudia Marcelino.

A 1ª vez que ouvi falar em acomodações sensoriais foi através do trabalho de Patricia Piacentini.
No mundo de opções terapêuticas para o autismo, integração sensorial e suas demandas é algo bem novo nos meus 20 anos já de estrada, mas que mudaram minha perspectiva de entendimento do autismo de ponta-cabeça e, consequentemente, as possibilidades de ajudar meu filho.

Acomodações sensoriais são estratégias que tomamos para facilitar o dia-a-dia da criança ou indivíduo com autismo para minimizar o impacto dos transtornos evidentes em seus sistemas sensoriais: tato, olfato, audição, visão, paladar, vestibular e proprioceptivo. Apesar dos distúrbios sensoriais serem evidentes, muitos pais e profissionais desconhecem em como podem ajudar.

Com as dicas de Patricia de usar uma mochila pesada para dá-lo mais consciência corporal, nossa vida mudou em 3 dias facilitando o dia-a-dia absurdamente!

Estas dicas são ótimas e fáceis de pôr em prática.

Do livro: Building Bridges Trough Sensory Integration.




- Ofereça lugares pequenos e aconchegantes para a criança como casinhas de boneca, cabanas, ou até mesmo caixas grandes. Um cantinho cheio de almofadas, um puff grande, colchão ou foutton também servem. Acomodação proprioceptiva.

- Use objetos como tapetes, cortinas e almofadas para absorver o ruído exterior e o eco. Acomodação auditiva.

- Diminua o estímulo visual e auditório para prevenir distrações. Acomodação visual e auditiva.

- Use timers para sinalizar o início e final de uma atividade. Acomodação de plano motor.

- Use coletes pesados, cobertores pesados, cobertas mais pesadas para oferecer momentos de tranquilidade e calma. Acomodação proprioceptiva.

- Dê atenção especial para a iluminação da casa com quantidade e intensidade adequada. Acomodação visual.

- Integre a criança nas atividades pesadas da casa: carregar as comprars, colocar o lixo pra fora, pendurar roupa no varal, guardar roupas, arrumar compras no armário, molhar plantas com um regador pesado. Acomodação proprioceptiva.

- Pendure uma rede ou balanço em algum lugar tranquilo da casa ou coloque um balanço no jardim. Acomodação vestibular.

- Um colchão d'água ou colchão de ar pode ser tranquilizante. Acomodação vestibular e proprioceptiva.

- Use cortinas grossas ou blackouts para diminuir a intensidade da luz natural ou artificial vinda do exterior da casa. Acomodação visual.

- Use abajoures ou luzes refletidas na parede se a iluminação for um grande problema. Acomodação visual.

- Pinte as paredes com cores suaves e evite muitos objetos ou quadros. Acomodação visual.

- Se a sua criança ao contrário, precisar de muito estímulo, pinte o seu quartos com cores claras e vibrantes e pendure alguns móbiles. Acomodação visual.

- Um saco de dormir ajuda a acalmar. Acomodação proprioceptiva.

- Crianças com ouvidos muito sensíveis devem ter seu quarto posicionado no local mais calmo da casa. Acomodação auditiva.

- Cuidado com sons altos de telefone, campainha, televisão e rádio. Acomodação auditiva.

- Minimize a bagunça visual guardando a maioria dos brinquedos em caixas. Acomodação visual.

- Tenha um armário específico para os brinquedos e organizados de forma fácil para você e ele! Acomodação visual.

- Use pistas visuais para ajudar no cumprimento de tarefas.

- Use uma agenda ou quadro de tarefas para informar o que vai acontecer a cada dia.

- Quebre a atividade em pequenos passos para facilitar o entendimento e dê tempo para que ela processe a informação. Ex: ao invés de dizer: pegue as roupas e coloque no cesto, dê a 1ª ordem e somente depois dela pegar as roupas é que você pede para colocá-las no cesto.

- Estabeleça rotinas e cumpra-as. Isto ajuda a criança a saber o que virá pela frente e a manterá calma. Quando é necessário haver quebra na rotina, avise-a antes e dê as pistas visuais.

- Prepare o dia da escola na noite anterior: separe a roupa, sapatos e lanche com antecedência para poupar tempo e evitar estresse.

- Se a sua criança não atende pelo nome, use o toque para ajudá-la.

- Sempre que possível use pistas visuais para tudo.

- Aprecie a companhia um do outro!!!

AMT - Terapia do Movimento no Autismo!

Por Claudia Marcelino.

Na tentativa de criar máquinas cada vez mais eficazes e eficientes, a robótica tem trazido grandes contribuições para a compreensão do desenvolvimento cerebral.
O programa espacial também contribui com estudos significantes. Através dos dois, temos grandes insights do quanto o cérebro é dependente do movimento para desenvolver toda a sua potencialidade.



Há dois anos atrás, pesquisando exercícios de integração sensorial no youtube, me deparei com o trabalho fantástico desenvolvido por Joanne Lara.

Gostaria muito de encontrar alguém, alguma associação ou companhia que tivesse o interesse de trazer o trabalho dela para o Brasil.

Enquanto isso, deixo um link e uma tradução que fiz sobre o trabalho do movimento e da dança no tratamento do autismo.


http://www.revistadadanca.com/node/115


Acordando o Cérebro (Autism Movement Therapy) por Joanne Lara

De acordo com o “Autism Genetic Resource Exchange”, o autismo atinge uma em cada 110 crianças nascidas nos EUA. Esse facto custa aos bolsos dos norte-americanos cerca de 90 biliões de dólares, por ano, em educação e cuidados especiais e em pesquisa médica.

Estudos recentes indicam que a ligação entre o hemisfério direito e o esquerdo do cérebro permite trocas de informação através do tecido cognitivo (corpus callosum) através de transmissores que, nos indivíduos autistas, pode permancer  adormecido.

OBS: Exames de Pet Scan indicam falta de sincronia entre os hemisférios cerebrais em 100% dos casos de autismo.

O “Movimento-Terapia para Crianças Autistas” (Autism Movement Therapy) AMT, é a primeira terapia desenhada para autistas que combina movimento e música, tendo-se provado ser uma maneira efectiva de estimular a comunicação entre os hemisférios cerebrais suscitando o diálogo entre ambos.
O AMT, literalmente, “acorda” o cérebro através de uma organização estruturada de música, movimento e terapias de improvisação.

Em estudo recentes ficou provado que em dois meses de terapia com movimento, crianças em pequenos grupos, ficaram menos tempo “desligadas da realidade”, começaram a reagir melhor ao facto de serem “tocadas” e “dirigidas” por um monitor e a dar melhores respostas a comportamentos orientados para tarefas específicas.

Quando me perguntam como desenvolvi o AMT recordo que quando comecei a ensinar jovens moderadamente ou bastante autistas – o que durou cerca de uma década no sistema público de escolas dos distrito de Los Angeles – comecei por desenvolver um programa misto de música e dança. Sempre começava e acabava as sessões com ioga, e todos pareciam, gostar bastante. Depois tocava baixinho música instrumental asiática, tudo num ambiente cuidadosamente iluminado. A pouco e pouco comecei a ver grandes diferenças comportamentais para o positivo. Tornei-me numa instrutora de dança itinerante e defensora do ensino artístico “especial”. A pouco e pouco fui incluindo estas crianças em espectáculos e os resultados foram não só encorajadores, foram incríveis.

Trata-se de uma “estratégia natural” para estudantes com um discurso e capacidades de comunicação limitados que, assim, podem se expressar através do movimento e da música, experimentando o desafio de mover os seus corpos no espaço. Ao mesmo tempo que se alargam as possibilidades de aumento de resultados acadêmicos, integração social e desenvolvimento da linguagem. 

Tradução do link:
http://www.foxnews.com/story/0,2933,561324,00.html

O DVD de Treinamento no programa encontra-se disponível no site:
http://www.autismmovementtherapy.com/

O cérebro é a maior maravilha de processamento de informações.
Nós processamos e armazenamos a informação em áreas específicas do cérebro para utilizá-las a longo prazo ou a curto prazo. Quando nós precisamos dessa informação outra vez, nós a recuperamos através de um caminho utilizando a massa branca do cérebro que está na área total do cérebro, a massa cinzenta.

O processo de mapeamento de informações no cérebro é muito interessante.
Imagine que você se muda para uma nova casa. Você não sabe onde encontrar a mercearia, a lavanderia de limpeza seco, o posto de gasolina ou nenhum outro estabelecimento que você precisa diariamente. Mas dentro de um curto período de tempo você encontra estes lugares e já não tem que pensar sobre as
direções específicas que você tem que tomar para chegar a determinados lugares. Você entra em seu carro vira aqui, dobra ali e chega ao local como se estivesse ligado ao "piloto automático". Diariamente nós traçamos centenas de fragmentos de informações arquivando-as em nosso cérebro. Sem mesmo ter que pensar, quando nós precisamos de determinada informação nós recuperamos o arquivo indo diretamente até ele, através dos mapas cognitivos ou dos caminhos construidos.

 Os indivíduos com autismo têm a dificuldade de alcançar e recuperar a informação nos bancos de memória de longo ou curto prazo. Ou o caminho não existe ou os transmissores são danificados. Isto faz a
aprendizagem especialmente difícil para eles. A analogia é que os cérebros das nossas crianças funcionam como uma biblioteca onde nenhuma das informações são armazenadas de maneira organizada e categorizada. Pense na confusão que isto causa! A boa notícia é que os cientistas sabem agora que nós podemos frequentemente restaurar caminhos informativos danificados ou mesmo criar caminhos novos com um processo chamado reorientação cognitiva. Este “acordar o cérebro” é o núcleo da terapia do movimento do autismo.

 *O que é terapia do movimento do autismo?*

AMT é uma poderosa estratégia de integração sensorial que conecta os hemisférios esquerdo e direito do cérebro (integração interhemisférica) combinando a modelação, o cálculo de movimento visual, o processamento receptivo auditivo, o ritmo e o sequenciamento “em uma aproximação de
pensamento cognitivo do cérebro inteiro” que pode melhorar significativamente as habilidades comportamentais, emocionais, acadêmicas, sociais e discursivas.
O objetivo fundamental da terapia do movimento do autismo é que após 12 -14 semanas de duas ou três sessões semanais de 12 minutos, o indivíduo será mais complacente quando pedido para terminar tarefas, interagirá com os pares típicos seguindo instruções gerais mais freqüentemente, e estará usando ambos os lados de seu cérebro para isso. Aumentar a auto-determinação, junto com uma auto-estima mais saudável, são objetivos que vem em sequência.

*Qual é a teoria atrás da terapia do movimento do autismo?*

Nos indivíduos com autismo os hemisférios do cérebro esquerdo e direito na maior parte das vezes, não se comunicam um com o outro. O hemisfério esquerdo (analítico) ou lógico do cérebro é: verbal, responde ao significado da palavra, é seqüencial, processa a informação de forma linear, responde à lógica e faz planejamentos, recorda nomes de pessoas, faz utilizar a fala com poucos gestos, é pontual, prefere formas rígidas de estudo, prefere luzes brilhantes ao estudar.

O hemisfério direito (global) ou artístico é: o visual, responde ao tom de voz, processa informações de forma aleatória e variada, responde à emoção, é impulsivo, recorda as feições das pessoas, produz gestos ao falar, é menos pontual, prefere o som ou a música no fundo ao estudar e prefere a mobilidade freqüente ao estudar. A informação viaja através do corpo caloso, que serve como a canalização ou a ponte entre os hemisférios esquerdo e direito.

Os estudos indicam que esta ponte pode ser reforçada. AMT é projetada reorientar o cérebro cognitivamente. AMT usa a repetição de testes padrões e de seqüências do movimento para estabelecer caminhos legítimos ou estradas para que a informação viaje longitudinalmente. Isto ajuda indivíduos com autismo em processar, em armazenar e em recuperar a informação em uma maneira mais eficiente e mais eficaz.

*Como pode isto ser possível?*


 Pense da seguinte maneira: Você compra uma casa nova com um quintal nos fundos. A residência é de primeira locação e a grama do quintal é verde, encantadora e cobre todo o terreno. Alguém começa a usar a lavanderia, que se encontra após o gramado. Após um tempo inevitavelmente se formará um caminho na grama ligando a casa a lavanderia. Isto é como nós fazemos caminhos novos no cérebro, tendo o curso da informação para a frente e para trás, repetidamente outra vez, ao longo dos mesmos transmissores da massa
branca do cérebro até que o cérebro estabeleça que a rota viajada é o caminho preferido para a informação armazenada. Não parece tão impossível, certo?

*Certamente muitos pais e profissionais acharão o seguinte exemplo familiar.*

Uma criança com autismo vai ao parque com seu pai. Vê um cão e quando se inclina para baixo para acariciá-lo, seu pai olha para o céu e diz, “que céu azul encantador.” Um mês mais tarde o menino vê um cão na casa de um amigo. Apressa-se imediatamente para acariciar o cão e diz, “que encantador céu azul” - as palavras que ele mapeou cognitivamente e armazenou em seu banco de memória durante o seu passeio ao parque. Por estar experimentando novamente a mesma atividade, uma que apreciou, seu cérebro recupera as palavras (discurso) que ouviu de seu pai (informação audio receptiva) que foram armazenadas junto com a imagem do cão (língua) e a ação de carícia (motor bruto). Quando a criança diz “o céu azul,” os
adultos interpretam mal e entendem mal a criança imaginando que o menino acha que o nome do cão é “céu azul.”

Na realidade, a imagem do cão era o disparador visual para a recuperação da informação armazenada no cérebro do menino. Cada um de nós processa as informações desta mesma maneira. A diferença entre processar a informação correta ou errada, como no exemplo acima, é dependente da interpretação
negativa ou positiva da informação. Nós processamos as informações através das sugestões audio, visuais e naturais, que se transformam por sua vez em disparadores. Uma imagem visual pode ser um disparador assim como a informação auditiva e muitas vezes ambas transformam-se disparadores para o
processo de recuparação de informações.
A terapia do movimento do autismo utiliza estas diferentes formas de processamento e disparadores de informação para remapear o cérebro. Exige que as crianças usem a língua receptiva para ouvir a música, processamento visual para ver a imagem física e as habilidades motoras brutas para reproduzir o que vêem.

 *Como funciona uma sessão de Terapia do Movimento do Autismo?*

AMT é divertimento, envolvendo a música e a dança que serve a todas as idades! O programa está disponível através de aulas ou com um DVD instrutivo.
AMT é dividido em três níveis que levam aproximadamente 12-15 minutos para terminar, com uma divertida sessão de hip-hop no final.

Cada um dos três níveis é dividido em mais cinco sub sessões:

Um aquecimento, um movimento estacionário, um movimento de locomoção, uma improvisação e um relaxamento.
 Mais importante, cada um dos três níveis é projetado como um patamar do nível acima 3 em 2, e em 2 em 1. O estudante começa com o nível 1 e com a repetição e a previsibilidade move-se para o nível seguinte quando dominou a seqüência e os padrões do movimento, tempo e ritmo da seção atual. Ou seja, move-se quando mapeou a seqüência e a padronização de movimentos (informação) e quando seu corpo responderá confiantemente a essa informação (disparadores).

O nível 1 é projetado para indivíduos com habilidades motoras grossa e fina e habilidades cognitivas emergentes.

O nível 1 introduz e treina o indivíduo “para traçar um caminho” escutando a música (que usa seu cérebro direito), interpretando visualmente o movimento corporal do demonstrador (que usa seu cérebro esquerdo), e mover conseqüentemente seu corpo no espaço com o ritmo da música (a aproximação inteira do cérebro).
O nível 1 é essencialmente " Escute, veja e faça."

O nível 2, é o nível de desenvolver habilidades, é projetado para o indivíduo que está mais avançado em suas habilidades finas, brutas, e cognitivas e que dominou a seção do nível 1.

O nível 2 centra-se sobre seqüências mais longas, movimentos padrões mais complexos, e uma apreciação geral da forma da dança.

O nível 3, o nível proficiente, é projetado para o estudante que dominou as habilidades no nível 1 e no nível 2.

Esta seção envolve sequências e movimentos padrões mais complexos e combina a improvisação com movimentos desafiantes.

O nível 4 é o nível de Hip Hop ou o nível instrutivo independente.

Este nível é projetado para que o estudante dance à batida, usando as habilidades de ritmo e cadência que adquiriram nos três níveis precedentes e para ter o divertimento! Nossos crianças se sentem tão frequentemente deixadas de lado em festas e reuniões de família que este nível criativo os ajudam a se juntarem espontaneamente.


 O objetivo é que o estudante mova facilmente do nível 1 ao nível 3 rapidamente Quanto tempo isto demora depende de cada estudante, como o cérebro irá responder a esse remapeamento e quão rapidamente os
transmissores serão reprogramados. O último objetivo é que o estudante possa executar combinações independentes, sem o modelo adulto. A reorientação cognitiva exige dedicação e perseverança, junto com a repetição e a previsibilidade, chaves para a integração sensorial interhemisférica bem sucedida.

Nós queremos que nossas crianças executem bem as tarefas propostas; dominar estas habilidades básicas pode ter um impacto enorme em todas as áreas restantes da aprendizagem. Nós igualmente queremos que eles sejam o melhor que podem ser.

A terapia do movimento do autismo estimula o cérebro e acorda as áreas que estão dormentes. Mas, como a vida, é um processo e, duas crianças não respondem exatamente da mesma maneira. O programa pode ser usado com os jovens e crianças a partir de 3 anos de idade, contudo foi mostrado ser eficaz quando começado com adolescentes da mesma maneira. Como nós todos dizemos em nossa clínica, não desanime, anime-se! Treine novamente seu cérebro!

Olhem que coisa mais linda a prática com um menininho no final deste vídeo!

domingo, 9 de outubro de 2011

Comparação de Status Nutricional e Metabólico de Crianças com Autismo

Artigo do blog da nutricionista americana Julie Mathews, traduzido por Claudia Marcelino.


Nesta postagem, Julie analisa o resultado de uma pesquisa recente e bastante significativa sobre o status nutricional e metabólico de crianças com autismo.


Meu filho já fez recentemente um exame completo deste tipo e no caso dele como exemplo constou: estresse oxidativo, alteração no metabolismo de ácidos graxos, glutationa baixa em níveis crônicos, deficiência de sulfatação sobrecarregando o fígado, marcadores virais, níveis baixos de vitamina D entre outros.





Um estudo intitulado "Status Nutricional e Metabólico de Crianças com Autismo x Crianças Neurotípicas e a Associação com a Gravidade do autismo," conduzido por James Adams, foi publicado recentemente no Journal of Nutrition and Metabolism, em junho de 2011. Ele oferece um excelente quadro para a consideração de intervenção dietética e suplementação para as crianças com autismo.
Este estudo valida o que muitos médicos têm observado em suas práticas durante anos - que as crianças com autismo têm desequilíbrios biomédicos que são fatores fortes em seus sintomas autistas, e que a dieta e suplementação desempenham um papel em ajudar as crianças a minimizar ou
, até perder o diagnóstico de autismo .


Um número bastante grande de crianças (99) foram incluídos na pesquisa que mediu uma vasta gama de marcadores nutricionais e metabólicos - ou seja, é científico, indicadores quantitativos de status bioquímicos únicos de crianças com autismo. Nas seções de "Antecedentes e Significado" e "Discussão" do trabalho publicado, Adams, et al. fornecem uma interpretação simples dos resultados que foram medidos, e explicações dos testes funcionais e faz comparações com os resultados de estudos anteriores (ao mesmo tempo consistentes e contraditórios). Eu acredito que é uma excelente análise do atual entendimento biomédico do autismo e suporta achados clínicos relatados em todo o mundo. E, apresenta dados atualizados para orientar o uso de suplementação e dieta.


O estudo comparou 55 crianças com diagnóstico de autismo, com 44 controles (crianças neurotípicas de idades similares que vão 5-16 anos). Nenhum grupo havia tomado a suplementação nutricional por dois meses antes do teste realizado no estudo.


A pesquisa indicou que para as crianças com autismo, seus níveis de vitaminas, minerais, e a maioria dos aminoácidos estavam dentro dos limites de referência publicado, no entanto muitos dos seus marcadores foram significativamente diferentes do grupo controle. 



Biomarcadores são uma forma de descobrir a insuficiência funcional de um nutriente medindo marcadores em vias bioquímicas que indiquem uma deficiência, e comparando isso à quantidade real do nutriente no corpo (medido no sangue, etc).

Esta é uma descoberta interessante - os níveis de nutrientes aparecem "normais", mas mostra nos testes funcionais que não são normais em crianças com autismo. Testes funcionais (que identificam estes biomarcadores) não são usados ​​na maioria das avaliações médicas tradicionais. Se a comunidade médica está à procura de deficiências nutricionais através de testes padrão dos níveis de nutrientes (como um fator subjacente e curso de tratamento), eles provavelmente não irão encontrá-los mesmo que as insuficiências bioquímicas / nutricionais sejam comuns e suplementação seja necessária.

Neste estudo, os biomarcadores de estresse oxidativo aumentado, sulfatação e desintoxicação, vitamina E e glutationa diminuídos, insuficiência e transporte de energia reduzido também foram encontrados. E, vários grupos de biomarcadores foram significativamente associados com a gravidade do autismo.


Novamente, este estudo mostra o que os médicos que tratam o autismo encontram rotineiramente - que as crianças com autismo têm diminuição de desintoxicação, desregulação de energia celular e aumento do estresse oxidativo.
Os autores concluem, "Essas diferenças nutricionais e metabólicas estão geralmente de acordo com outros resultados publicados e são passíveis de suplementação nutricional."
Aqui estão algumas das áreas específicas medidas e detalhes das conclusões do estudo, e explicação da Julie para os resultados.

Vitaminas

Biotina foi a única vitamina com uma diferença significativa entre as crianças - que era 20% menor nas crianças com autismo. B5, vitamina E e carotenóides mostraram níveis totais "possivelmente significativos" mais baixos em crianças com autismo.
A necessidade funcional para certas vitaminas (ácido fólico e niacina) foi avaliada através FIGLU e n-metil-nicotinamida, e foram um pouco maior e possivelmente significativa no autismo. Isto sugere uma maior necessidade de ácido fólico e niacina em crianças com autismo.

Minerais

Enquanto os níveis de minerais ficaram na média encontrada em crianças neurotípicas, o estudo encontrou uma  estatística significativa com níveis mais baixos no sangue total de lítio e níveis mais elevados de ferro no grupo autismo. Vinte e cinco por cento do grupo de autismo estava abaixo dos valores de referência para o iodo e cálcio.

Sulfatação

Sulfato livre e total no plasma (necessário para sulfatação adequada) foram significativamente muito menores em crianças com autismo - 28% e 65%.
Sulfato é necessário para a sulfatação adequada. Sulfatação é composto por processos variados que utilizam sulfato (enxofre) no corpo, como na formação de glicosaminoglicanos sulfatados (GAGs) no intestino para a integridade intestinal, ou desintoxicar compostos na fase II de desintoxicação do fígado. Sulfato é usado em muitos processos biológicos, e enxofre adequado é necessário, tanto pelo consumo de alimentos ricos em enxofre quanto pela reciclagem de sulfato pelos rins. Os resultados deste estudo são consistentes com os achados de Dr. Rosemary Waring, que encontraram nas crianças com autismo (e adultos com doenças auto-imunes) níveis de sulfato de baixo.

Metilação
SAM (S-adenosilmetionina) também foi significativamente menor em crianças com autismo - e muito. O nível de Uridina no plasma foi significativamente muito maior em crianças com autismo 93%. Acredita-se que Uridina é um marcador de status de metilação, com altos níveis indicando metilação pobre. De 25-39% do grupo de autismo tinham níveis baixos para SAM, HAS e SAM / SAH .
SAM é o doador de metil primário em reações de metilação (mais de quarenta no corpo). Metilação é importante para o reaproveitamento de neurotransmissores, proteínas e metilação do DNA (expressão gênica). Metilação afeta o metabolismo dos ácidos graxos, reações alérgicas, mielinização, energia celular, e muito mais. Metilação adequada também é necessária para o organismo produzir níveis adequados de glutationa.

ATP

ATP é a fonte primária de energia para o cérebro e o corpo. SAM é convertido a partir da metionina com adenosil metionina transferase, que requer ATP. A Metionina estava em níveis normais, mas ATP foi significativamente menor no grupo autismo. Sugerem os autores, " que os baixos níveis de ATP, pelo menos,é  parte do motivo para a diminuição dos níveis de SAM." ATP é requerido pelos rins para reabsorver sulfato e "reciclar-lo". Os autores acreditam que a diminuição de ATP é um contribuinte significativo para a diminuição dos níveis de sulfato em crianças com autismo.
Acredito que oxalatos podem ser um fator para a diminuição de ATP. Quando o sulfato é insuficiente, oxalatos (em vez de sulfato) podem ser empurrados para dentro da célula pelos transportadores de sulfato e emperrarem os trabalhos da mitocôndria, afetando ATP e o metabolismo energético. Poderia haver um "ciclo vicioso" no trabalho, onde o sulfato adequado é necessário para produzir ATP e ATP é necessária para a reciclagem de sulfato?Dados os benefícios que tenho observado com a dieta baixa em oxalatos, eu gostaria de ver mais pesquisa e discussão sobre essa possibilidade, diz Julie.

Estresse Oxidativo

Glutationa reduzida no plasma  (GSH) foi muito significativamente menor em crianças com autismo. Todos os três marcadores para estresse oxidativo foram muito significativamente maior em crianças com autismo; glutationa oxidada (GSSG), relação GSSG / GSH e plasma nitrotirosina. NADPH, um precursor da ATP, é necessário para reciclar glutationa oxidada e glutationa reduzida. Neste estudo descobriu-se que NADPH é
 significativamente menor no grupo autismo. Estes resultados também foram coerentes com o trabalho da Dra. Jill James, que encontrou baixos níveis de glutationa em crianças com autismo (assim como benefício positivo de certas formas de folato).

Glutationa é imperativo para prevenir o estresse oxidativo. Além de ser um antioxidante, ela suporta a desintoxicação adequada, inflamação, combate patógenos, e muito mais.

Aminoácidos em Plasma

Dois aminoácidos utilizados na construção de neurotransmissores foram significativamente diferentes dos controles. Triptofano, um precursor da serotonina foi significativamente menor no grupo autismo, e glutamato, um neurotransmissor excitatório, foi significativamente maior. Triptofano baixo pode desempenhar um papel na depressão e sono de má qualidade, e glutamato é um fator de hiperatividade. Outras diferenças significativas foram, possivelmente, com a tirosina e fenilalanina ligeiramente diminuídos e serina ligeiramente superior.

Intervenção dietética e suplementação

Este estudo suporta a intervenção dietética para o autismo (individualizada para cada criança). Há muito valiosos dados que podemos reunir a partir deste estudo sobre como aplicar e ajustar a dieta e suplementação para o autismo.
Ingestão adequada de proteínas é crucial para as crianças com autismo. Diminuição dos níveis de aminoácidos como triptofano, fenilalanina, e taurina provavelmente indicam a necessidade de maior consumo de proteínas ou uma boa digestão de proteínas (possivelmente através do uso de enzimas digestivas). Suplementação com aminoácidos individuais, particularmente aquelas de acordo com sinais de deficiência, pode ser justificada. Por exemplo, a suplementação de triptofano, ou 5-HTP pode ser útil com um nível baixo de triptofano e depressão.
Este estudo destaca a necessidade de alimentos ricos em antioxidantes e suplementação com antioxidantes para crianças com autismo. Alimentos ricos em antioxidantes como vitaminas A, C e E, assim como zinco e selênio são importantes. Bagas, feijão, especiarias como açafrão e alecrim, nozes, carne de animais alimentados no pasto e aves criadas em galinheiros são boas fontes de antioxidantes. Alimentos ricos em precursores de glutationa e glutationa incluídos na dieta do seu filho consistem em: brócolis e outros vegetais crucíferos, alho, couve, cominho e canela, ovos e abacate.
Suplementação com biotina, ácido fólico, vitamina B12, glutationa lipossomal, SAM, lítio, sulfato, e muitos outros nutrientes são importantes (em base individual) para crianças com autismo.
As dietas: Feingold e Failsafe removem salicilatos, aminas e glutamatos, substâncias que necessitam de sulfatação adequada (e metilação) para a repartição adequada. Para as crianças com estas deficiências bioquímicas, estas dietas podem ser muito úteis.

 Mais discussão é necessária sobre o papel do oxalato no estresse oxidativo e ATP baixa encontrados neste estudo em crianças com autismo. Para estas crianças, a dieta baixa em oxalatos podem ser particularmente útil.

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