Por Claudia Marcelino.
Esta reportagem me fez voltar no tempo e reviver a infância de meus filhos.
Apesar do autismo de meu filho ser moderado, eu nunca tive um stress além do normal para levá-lo aos shoppings nesta época do ano para ver Papai Noel e as lindas decorações.
Novembro e dezembro eram meses de visitar TODOS os shoppings da cidade para ver as particularidades de decoração de um por um e brincar muito!
Esta época é mágica para qualquer criança e consequentemente para suas famílias.
Mas nem sempre isto é possível para todas as famílias.
Crianças com autismo tem um processamento sensorial desequilibrado e o movimento dos shoppings nesta época repletos de gente, músicas, enfeites e barulho é demais para muitos fazendo com que seus comportamentos entrem em colapso.
Por causa disso e para não fazerem seus filhos sofrerem, muitas famílias não conseguem que seus filhos tenham prezeres tão comuns à infância e que deixam toda e qualquer criança tão feliz: - ver Papai Noel, tocá-lo, sentar ao seu colo, tirar foto... sem cobranças, sem rapidez, sem nenhuma rigidez social, respeitando o seu momento e ritmo para que este momento seja realmente prazeiroso.
Crianças com autismo não sabem ou entendem que tem que esperar em fila, que tem outros esperando atrás e que ele tem que ser rápido, que aquele minutinho diante de Papai Noel é único e relâmpago.
Foi pensando nestas crianças que um shopping dos EUA até hoje criou uma experiência única: criar um momento especial para que crianças com autismo e suas famílias possam aproveitar e viver o espírito de Natal.
Este shopping resolveu abrir as visitações ao Papai Noel mais cedo enquanto as lojas ainda estão fechadas e não há o movimento enlouquecedor nas lojas. Divulgou sua iniciativa nas escolas e clínicas terapêuticas da cidade.
As luzes de Natal são diminuídas assim como o volume da música para que as crianças se sintam mais confortáveis.
Enquanto esperam, as famílias recebem panfletos com uma historinha social de Natal, desta forma os pais podem ler e mostrar os quadrinhos as suas crianças, antecipando tudo o que acontecerá naquela visita.
Também não há fila, as crianças podem dar algumas voltinhas, desenhar ou brincar até chegar a sua vez de posar ao lado do bom velhinho.
Papai Noel também foi treinado em como se aproximar da criança e como se dirigir a ela para ganhar sua confiança respeitando o tempo e reações de cada uma. Assim, finalmente centenas da famílias tem proporcionado momentos felizes e prazeirosos para seus pequenos.
"É uma iniciativa tão simples para nós e tão significante para as famílias!", diz o gerente do shopping. Completa: "- É maravilhoso ver o olhar de felicidade dessas crianças e a gratidão de seus pais."
Um neurologista de um hospital de Cleveland disse que os pais de crianças com autismo só querem que seus filhos tenham as mesmas oportunidades de outras crianças e, posar ao lado de Papai Noel é uma delas.
A reportagem ainda completa que já há alguns cinemas fazendo sessões especiais para autistas e a Disneylândia oferece passes especiais para que estas crianças não tenham que encarar as longas filas.
O neurologista completa: - "Esta é a nossa cultura reconhecendo que se as crianças não podem se encaixar no modelo, o modelo tem de encaixar as crianças".
Claro que é tudo muito lindo, mas logicamente estes estabelecimentos não deixam de ter lucro, muito pelo contrário, os ganhos aumentam cada vez mais. Afinal de contas, 1 em cada 110 crianças naquele país é afetada com o Transtorno do Espectro Autista e Papai Noel nunca tirou tantas fotos :)
Tudo pelo espírito natalino de renovação e amor ao próximo!
Mesmo assim, a iniciativa deste shopping é de tirar o chapéu!
Postagem inspirada na seguinte reportagem:
http://abcnews.go.com/blogs/health/2011/12/05/sensitive-santa-meets-kids-with-autism/
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