Por Claudia Marcelino.
A retirada de fraldas é uma questão que atormenta a cabeça de pais e cuidadores de autistas.
É relatado com um dos períodos mais difíceis, se não o mais difícil de todos.
Eu não tive dificuldade alguma, graças! Aos 2 anos e meio ele já estava treinado!
Foi uma fase trabalhosa como a de qualquer criança, mas que em pouco tempo estava dominada.
Como ocorreu comigo?
Eu acredito e sempre falo que para qualquer etapa com nossos filhos a 1ª coisa necessária é a ATITUDE E DETERMINAÇÃO para fazer o que se propõe e ser bem sucedido.
A terapeuta ocupacional Sônia Falcão também enfatiza a necessidade da determinação pessoal para a tarefa da retirada de fraldas neste link e dá dicas maravilhosas sobre a metodologia do processo desta retirada.
Eu não trabalhava fora e acho que isto também facilitou o processo simplesmente por eu ter mais tempo para observar o jeito e os hábitos de meu filho.
Existem comportamentos característicos da criança como se isolar e fazer uma cara diferente quando ela está fazendo suas necessidades, principalmente o nº 2.
Nestes momentos eu pegava ele, mesmo que já tinha dado início a atividade e saía correndo para colocá-lo no troninho. Era firme, dizia que era aquele lugar que ele deveria usar para não ficar sujo e nem fedendo. Em pouco tempo começou a usá-lo sozinho.
Com o xixi foi mais fácil ainda. O deixava sem fraldas, ocorreram alguns acidentes, mas logo aprendeu onde deveria ir.
Uma parte que acho essencial é haver a regularidade gastrintestinal: criança sem diarréia ou prisão de ventre, que evacue regularmente, que consiga entender a sensação dos movimentos peristálticos e a vontade de urinar.
É necessária a observação do cuidador para saber em que horários isto acontece.
Se a sua criança tem problemas gastrintestinais que dificultam a educação do treino do uso sanitário, aconselho a pensar em implementar a dieta que falo no blog Cozinha sem Glúten e sem Leite.
Meu filho por exemplo, quando ocorre algum deslize na sua dieta comendo alimento que não é permitido por ser alérgico, perde totalmente a sinalização cerebral que lhe dá o controle urinário.
A partir daí, o livro Building Bridges Trough Sensory Integration dá dicas muito legais para ajudar nesta fase:
- Deixe sua criança sem fraldas para que ela comece a entender a sensação de estar molhada. Isto gerará consciência de consequência e sequência.
- Se a sua criança usa fraldas, isto drena a sensação de outros sentidos: minimiza o olfato por exemplo e a sensação do tato é diferente.
- A criança pode ser sensível ao toque do papel higiênico. Tente lenços umedecidos para a limpeza.
- Tente fazer o assento no vaso sanitário o mais seguro possível:
* Use um redutor de vaso sanitário; crianças podem achar como um buraco negro!
* Coloque um banquinho embaixo de seus pés para dar apoio; crianças podem se sentir diante de um abismo!
* Coloque um colete pesado (material usado para aumentar a propriocepção) para possibilitá-lo a ficar mais tempo sentado;
* Dê apoio para as mãos, algum local que ele possa se segurar muitas podem ter dificuldade de equilíbrio;
* Use distratores como livrinhos e revistas;
* Use um assento acolchoado;
- Talvez a luz seja muito forte, diminua-a;
- Talvez o barulho da descarga assuste. Use abafadores no ouvido, abaixe a tampa antes dde dar a discarga, isto diminui o barulho, coloque uma musiquinha de fundo;
- Talvez a criança se incomode com o cheiro forte. Inicie um programa de desensibilização de odores;
- Retire a fralda com a sua criança já sentada no troninho;
- Use auxiliadores visuais (rotina em figuras) e histórias sociais para ajudá-la a entender a questão;
- Faça este momento o menos estressante possível.
Agora mãos à obra!!
Neste link tem opções incríveis de troninhos! Muito diferente da minha época onde só existia uma opção.
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